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Há muito tempo que não se decretava uma maioria absoluta do PS depois de uma jogada de risco. Só faltava ser sexta e dia 13. Era sexta. Vejamos: António Costa nunca foi um perigoso esquerdista nem um nostálgico da ‘revolução permanente’; a geringonça resultou da fome de poder e de emprego para tanta gente das fileiras – e funcionou porque Costa meteu a esquerda no bolso (o BE, aceitando sem pudor, e o PCP com cautela), domesticando-a sem ironia e agitando o papão da direita (o que foi indigno). De repente, hostiliza a esquerda (que tem criticado o governo das “políticas de direita”, “amigo dos banqueiros e dos privados”) e parte à conquista dos desavindos do bloco central, munido de um Centeno austeritário e com a sensação de ter domesticado a ala rock’n roll do seu partido. É um cálculo e tanto: “Esqueçam tudo o que eu disse, especialmente a tramóia malcriada que montei em 2015 – vamos agora distribuir paulada no pessoal que quer abanar a estabilidade orçamental, deixem o PSD entregue a esse Rio esquerdista e despesista e abracem-me com vigor.” É de génio. Cuidado com o pescoço.
Da coluna diária do CM.
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