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No sábado viajei de Lisboa para o Porto de manhã e voltei à noite. Com a idade, a falta de paciência, as estradas cheias de loucos, o excesso de carros por todo o lado e o preço da gasolina, deixei de fazer estas viagens ao volante. Faço-o por puro comodismo, não para salvar o planeta: sou neto de ferroviário, escrevi um livro sobre comboios e acho que o que distingue as pessoas e os países civilizados é terem comboios confortáveis e de confiança. Ora, a CP, remendada, aldrabada e com um desprezo fatal pelos passageiros, está também esburacada por greves e supressões de comboios; no sábado não havia comboio à hora normal, o da noite desapareceu e domingo de manhã seria caótico. Fui de camioneta. Custou 20€ (ida e volta, ou seja, quase um terço do preço da ferrovia), cheguei a horas, parti a horas, havia wi-fi muito decente, parámos 5 minutos a meio, demorou 3 horas e 15. Não é a mesma coisa que o comboio, claro, nem tão ecológico. Mas é isto: a CP agoniza, ninguém parece importar-se.
Da coluna diária do CM.
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