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A proposta da primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, de redução da semana de trabalho (de 5 dias a 8 horas diárias para 4 dias de 6 horas) deve ser discutida abertamente, tal como a do Rendimento Básico Incondicional (RBI), valor a atribuir a cada cidadão, independentemente da sua situação financeira ou profissional. Não por serem boas propostas – mas porque respondem a mudanças radicais do nosso modo de vida. Enquanto as anteriores revoluções tecnológicas criavam mais produtividade, mais emprego e melhores salários, a atual mudança da economia (digital, ligada à Inteligência Artificial, IA, e à robotização) traz mais produtividade mas menores salários e menos emprego – além de situações de injustiça e desigualdades sociais alarmantes. Calcula-se que o desemprego aumentará 38% dentro de dez anos devido ao impacto da IA e das tecnologias. Se não se inventarem formas de organizar o trabalho e o rendimento, parte da humanidade pode cair na pobreza enquanto as elites tecnológicas vivem num paraíso de filme. A proposta de Sanna Marin faz sentido, mas não pelos motivos que invoca.
Da coluna diária do CM.
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