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Cenários para janeiro.

por FJV, em 30.12.21

As eleições que se realizam daqui a um mês serão as mais imprevisíveis dos últimos vinte anos – janeiro será, não o mês de todos os perigos, mas o de todas as encenações. Não saberemos onde está a virtude, não saberemos onde está a manipulação e, mais caricato ainda, não saberemos onde ela não está. Pelo meio, “a pandemia” (designa-se por “pandemia” um conjunto muito disperso de ocorrências que têm e não têm a ver com a Covid-19) servirá como desculpa, arma de arremesso e tábua de salvação. Depois de a “pandemia” ter sido várias vezes “vencida”, já não servirá para apanhar incautos. Ao contrário do meu amigo Manuel S. Fonseca, que na sua coluna da última página do CM apela ao entendimento de contrários, vejo que o principal resultado destes anos de geringonça é a radicalização das trincheiras até ao absurdo. Veja-se o caso do primeiro-ministro que recusa ser primeiro-ministro e aponta às hostes outro primeiro-ministro. Todos desenham cenários – como se fossem o resultado de eleições realizadas ontem. Parece que só nós sabemos que vai ser daqui a um longo mês. Ainda não votámos.

Da coluna diária do CM.

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