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Se bem que pelo menos um quarto dos oradores convidados sejam mais do que dispensáveis, não se sabe o que passou pelo cerebelo dos organizadores para convidar Marine Le Pen a vir à sessão da WebSummit de Lisboa. Talvez ouvi-la, mas nunca se sabe. O absurdo seria idêntico se se convidassem Trotsky, Estaline, Franco ou o antigo diretor dos Serviços de Censura a ir a um debate sobre liberdade de imprensa; eu sei que a analogia parece imprópria (não é), mas a cosmogonia da globalização e da internet não têm nada a ver com Marine Le Pen. Um absurdo. Mas esta é a cacofonia da própria WebSummit: um evento pop em que certas pessoas se conhecem e talvez façam negócios (10%, no máximo, ao que se sabe), e onde a generalidade dos discursos festeja o próprio acontecimento de tablet na mão. Nada contra; somos um país de turismo e a WebSummit é um instrumento interessante e útil. Quanto à questão política: não se tratava de proibir Le Pen de vir ao acampamento – mas, simplesmente, de não convidar a senhora; melhor do que desconvidá-la e dar-lhe palco. Para populistas, já cá temos.
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