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Beautiful people.

por FJV, em 31.07.18

Aqui há dias escrevi sobre os que, entrando na vida política, adulteravam os seus currículos, acrescentando graus académicos inexistentes, cursos que não se frequentaram ou cargos onde não se esteve. É um tipo particular de provincianismo pacóvio. O vereador Ricardo Robles é um provinciano de outro tipo: limitou-se a anunciar que o que diz não faz sentido, e que os seus discursos inflamados sobre a especulação imobiliária, a “gentrificação”, o mundo dos malvados que não concordam com a bondade do seu radicalismo, não passavam de um exercício de retórica para ludibriar os outros. Fernando Pessoa, que era um ironista fino, inventou a figura do banqueiro anarquista; Robles, que é um ativista obtuso, criou a do especulador comunista; o Bloco apenas se limitou a confirmar o seu moralismo de pés de barro. Na Espanha dos anos 80 criou-se a designação gorda de “beautiful people socialista” para a clique oligárquica que enriquecia à sombra dos seus discursos sobre como eram “modernos” e de esquerda. Robles faz parte do “beautiful people”; já sabíamos. Mas o moralismo é insuportável.

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