Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Banir o passado.

por FJV, em 15.08.18

Para sermos justos, o poema “Se”, de Rudyard Kipling (o autor de ‘O Livro da Selva’), só se aprecia verdadeiramente no original, “If”. Mas todos o conhecem: “Se fores capaz de sonhar sem deixar que os sonhos te escravizem...” Foi escrito para o filho, em 1895 – e é considerado um dos mais representativos da língua inglesa. Na universidade de Manchester, onde estava afixado numa parede, foi tapado pela associação de estudantes – que não tem nada contra este poema de Kipling, mas contra o “colonialismo do autor” – e substituído pelo belo poema da poetisa negra americana Maya Angelou “Stil I Rise” (“Podes inscrever-me na história/ com as mentiras amargas que contares./ Podes arrastar-me no pó/ Ainda assim, como pó, vou levantar-me...”). A razão terá a ver com o alegado “racismo” e o “imperialismo” de Kipling (apesar do belo poema) e com a necessidade de “descolonizar a universidade”. Contaminar o passado a partir do presente tem a sua razão de ser, mas é idiota. Por aquelas cabecinhas não correu a ideia de colocar os dois poemas lado a lado; precisam de banir o que não cabe lá dentro.

Autoria e outros dados (tags, etc)



Ligações diretas

Os livros
No Twitter
Quetzal Editores
Crónicas impressas
Blog O Mar em Casablanca


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.