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Ouvir Bach no CCB, em sala completamente cheia, é raro (quase tão raro como na Antena 2, mas isso é outra conversa), mas o concerto único que ontem, domingo, reuniu quatro pianistas de diferentes gerações como Olga Prats, Jorge Moyano, o inglês Nick van Bloss e Artur Pizarro (além do seu talento, a leveza romântica, a jovialidade e direção musical, que dividiu o pianista inglês), merece destaque por esses dois motivos: Bach e o cruzamento de tradições pianísticas, a que ainda podíamos acrescentar a presença da Sinfónica Portuguesa (Teatro de São Carlos), talvez o elemento mais surpreendente para quem está habituado a ouvir Johann Sebastian Bach (1685-1750) noutras circunstâncias e com o eco de outros cenários, próprios do barroco. A transcrição para piano das obras de cravo supõe que nos desloquemos no tempo e na forma de escutar – mas estão lá o génio barroco de Bach, a sua intensidade, a sua busca de harmonia e de espaço. Bach comove-me sempre, e aquilo em que menos penso é na dimensão virtuosista; este ano, em julho, passam 270 sobre a sua morte. Este concerto pôde lembrá-lo.
Da coluna diária do CM.
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