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David Friend, que foi editor da Vanity Fair (e na Life) escreveu um belo livro, The Naughty Nineties (havia um filme de Abbott & Costello com esse título, mas de 1945): os picantes, marotos, pecaminosos anos 90 – ou seja, como viveu a América dos anos Clinton no meio de sexo, alcovas alheias, escândalos, trocas de casais e de fluidos. Norman Mailer já tinha identificado a “energia sexual” dos anos Kennedy no romance O Fantasma de Harlot, de primeira ordem. Os tempos que correm não têm essa energia, nem esse tom alcoviteiro – um presidente ignóbil não dá tesão, e as histórias de sexo são sombras do passado que regressam para vinganças ocasionais. Asia Argento, que fez a agit-prop do movimento #MeToo, acusou Harvey Weinstein de abusos sexuais há 20 anos. Agora, é ela a acusada de ter abusado sexualmente de um jovem ator de 17, há cinco anos. A lei considera crime manter relações sexuais com menores, mas aos 17 um rapaz já tem ereções e Asia não lhe pediu identificação. Comecei a simpatizar com ela: no meio dos sevandijas gerais, abusar de um rapaz de 17 é um gesto romântico.
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