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Não tenho comentários sobre o festival de música que o primeiro-ministro dizia ser “uma boa ideia” e só lhe ficava por um milhão de euros. Eu compreendo; esse dinheiro faz falta às pessoas que trabalham em espetáculos, são visíveis e têm peso eleitoral. O setor do livro, que não pede apoios e não costuma esperar pelo Estado, não é ouvido nem é muito visível, apesar de incluir não só editores e livrarias propriamente ditas, mas também livreiros, autores, tradutores, revisores, distribuidores, produtores, indústria gráfica, designers – e exportadores, por exemplo. Quando a associação de editores e Livreiros (APEL) se decidir a aparecer em público, falaremos da crise atual e da queda de 83% nas vendas de livros. Mas essa crise é ainda maior porque a política educativa não só ignora o papel do livro como tem promovido o analfabetismo emergente e público, que gosta muito de espetáculos e de foguetório, mas a quem o livro e a leitura aborrecem. A edição vai procurar novas saídas, como sempre o fez, porque precisa, sempre foi criativa e emprega muita gente; mas é bom que não conte com ajudas.
Da coluna diária do CM.
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