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É muito fácil praticar o desporto mais popular em Portugal, o da indignação seletiva – e os leitores desta secção sabem o quanto me alegra e comove o aparecimento dessas vagas de opinião que alastram com grande imprevisibilidade. Por uma razão: pelo menos sei onde estão os e as imbecis – a indignar-se. O caso de Fátima Habib foi um deles (uma atleta tão portuguesa como Jieni Shao ou Fu Yu no ténis de mesa ou Obikwelu no atletismo): a basquetebolista do Tavira teria sido impedida de jogar ou por ser muçulmana, ou por não ter roupas adequadas. Claro que, no campeonato da indignação, vale tudo – farroncadas, mentiras, meias palavras. Ninguém se lembrou que existem regras sobre vestuário apropriado ao basquetebol e que essas regras são universais e aprovadas por federações de países islâmicos. Pois parece que a portuguesa Fátima Habib já jogou no domingo passado – porque tinha o equipamento adequado ao seu caso. Os indignados partiram para outra, tristes por não terem conseguido uma guerra religiosa num país onde não há guerras religiosas e nos estamos nas tintas para elas.
Da coluna diária do CM.
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