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A Espanha que nos roubam.

por FJV, em 27.05.19

Cresci a amar Espanha, que era – na altura em que não tínhamos Coca Cola, jeans ou calamares estaladiços – um território de liberdade. Um país altivo, orgulhoso, vaidoso, com bons escritores de mau feitio (de que sobram Reverte e Marías) e gente que dava gosto ouvir. Com o tempo e com a ascensão de uma classe política plastificada, apostada em eliminar todo o passado e as tradições que fizeram de Espanha um país original e com gosto pela vida, há cada vez mais vizinhos enfadonhos, chatos, inimigos do riso, que politizam tudo, agressivos (longe da sua truculência divertida, que fez estilo) e dispostos a tudo para serem patetas. Isso eu aguento, porque passámos pelo mesmo. Mas este fim de semana, ao folhear a Hola!, a revista social, tive um choque: onde está a Espanha que amei, cheia de salero, marquesas e gente madura, vaidade, cantoras de flamenco, amantes infiéis, toureiros, escritores, a Espanha de antanho, nobre e colorida? A Hola!, que foi um guia de frivolidade e ilusão, mostra agora apenas palermas da tv e idiotas iguais aos outros. Estão a destruir Espanha, é o que é. 

Da coluna diária do CM.

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