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A cidade é nossa.

por FJV, em 26.09.18

É muito interessante esta ideia de “a cidade é nossa”, gritada por uns manifestantes e supiníssimos, dedicados amantes de Lisboa. Eu julgava que a cidade era de quem nela vive, de quem passeava nas suas ruas – mas também de quem a visita para aprender a amá-la ou a esquecê-la (depende muito), para fazer negócios com os seus habitantes ou para entregar a sua alma (acontece). Aqueles lisboetas que anunciaram que “a cidade é nossa” (um slogan um pouco xenófobo, não acham?) não o faziam com esta veemência há uns anos, quando o centro estava decrépito, abandonado, entregue à bicharada – e o chão e as paredes dos bairros da moda cheiravam a porcaria. Infelizmente, os números às vezes são chatíssimos; por exemplo, os que dizem que pela primeira vez em muitos anos o número de habitantes do centro de Lisboa aumentou significativamente. As cidades são feitas de trocas e de negociações; e o turismo ajudou bastante a recuperar o centro de Lisboa e do Porto. Às vezes, ao escutar estes slogans fascistazinhos, apetece responder “fiquem com ela”. Mas paguem-na. E, já agora, limpem-na.

 

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