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Notas soltas.

por FJV, em 15.02.08


A questão não é o Metro de Londres ter proibido a afixação de um determinado cartaz nos seus corredores; a questão é que esse cartaz transporta consigo uma pintura da autoria de Lucas Cranach, o Velho, que também pintou o austero Lutero ou a seráfica imagem de Jesus Cristo. Quinhentos anos depois, os bigodudos do Metro de Londres proibem uma pintura de Lucas Cranach com medo de ofender os passageiros multiculturais que andam nas suas carruagens – essa é a notícia. Por que o fazem? Por medo. Por medo e pouca vergonha. O medo é, neste caso, vergonhoso, porque acha aceitável a reacção de gente que pode achar blasfema a pintura que Lucas Cranach compôs há quinhentos anos e que a Royal Academy exibirá a partir de 8 de Março. O medo instalou-se nas nossas ruas e nas nossas casas. Já não basta temer as ofensas que se causam; é preciso prever que alguém se ofenda e apedreje as nossas ruas e as nossas casas. Mais do que uma vergonha, é uma filha da putice. Assim mesmo.

No Correio da Manhã de hoje.

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Serviço Nacional de Saúde. À atenção dos economistas da Direcção-Geral de Saúde.

por FJV, em 06.02.08
Se os candidatos a escrutinadores do SNS descobrem esta notícia, estamos com a vida arrumada. A ideia era que os obesos, os fumadores, os doidivanas, custavam mais ao SNS do que os saudáveis, os ginastas e os bem-comportados. Não. Segundo o Instituto Holandês de Saúde Pública e Meio Ambiente, as conclusões estão todas erradas: «a obesidade não aumenta os custos dos serviços públicos de saúde - ao contrário do que se pensava - porque obesos morrem mais cedo». Aí está.
As conclusões são apreciáveis, depois de terem sido seguidas cerca de 1000 pessoas: em média, as pessoas saudáveis viveram 84 anos; os fumadores viveram até os 77 anos e custaram US$ 326.000; e os obesos custaram U$ 371.000 e viveram até os 80 anos. Já os saudáveis levantaram o orçamento até aos U$ 417.000, o que é manifestamente um roubo aos cofres públicos e um abuso cometido contra o «contribuinte médio». Fazendo as contas (é um economista que dirige o estudo), a saúde é um bem que acabará por sair prejudicial ao Estado. Os sanitaristas terão de refazer as suas prioridades. A morte é certa, mas uma vida longa dá cabo das contas.

Outra boa notícia para tarados: High heels ‘may improve sex life’. Not bad.

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Ficção e realidade.

por FJV, em 04.02.08


Em Inglaterra, 23% dos inquiridos numa sondagem acredita que Winston Churchill é um personagem de ficção e que nunca foi primeiro-ministro. Por seu lado, 58% acredita que Sherlock Holmes existiu mesmo...

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Coisas que deixam rasto.

por FJV, em 15.01.08

O retrato não convém às democracias, mas há sempre horrores a estragar o conjunto. O tapete é vasto e dá para esconder muita coisa. Na Califórnia, por exemplo (anuncia a Humans Right’s Watch), há 227 menores condenados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. 45% desses adolescentes não cometeram homicído.

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Barents.

por FJV, em 13.01.08



 

Ny-Ålesund, uma cidade semi-deserta na península de Brøgger, onde não há pássaros, onde não há árvores e onde os picos negros das montanhas se erguem sempre para lá das neblinas, a 1000 quilómetros do Pólo Norte. Céu escuro de cinza e gelo – o cenário das Spitzberg, o arquipélago originalmente chamado Svalbard. Crónica aqui.


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«Os Maias» em Inglaterra, versão 0.2

por FJV, em 12.01.08
«Os tribunais ingleses anularam o casamento de um casal de gémeos que havia sido separado no nascimento. [...] Os gémeos foram adoptados por famílias diferentes e terão contraído matrimónio desconhecendo que eram irmãos.»

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Larápios.

por FJV, em 11.01.08
Falei do assunto na coluna do Correio da Manhã de ontem, mas fica a lembrança: um Picasso e um Portinari, no valor de 38,5 milhões de euros, foram roubados do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Falou-se de uma quadrilha internacional de grandes dimensões, como nos filmes. Afinal, os larápios eram Robson e Xico, conhecidos por serem assaltantes de carros. Não tinham concluído a quarta classe.

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Estava escrito. A sangue.

por FJV, em 27.12.07


Benazir Bhutto foi assassinada em Rawalpindi, no Paquistão. Os barbudos ganharam.

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Ryanair.

por FJV, em 20.12.07
Na página da RyanAir dedicada a eventos de futebol lê-se que o FC Porto é «one of the most powerful European football clubs and reduce the influence of the Lisbon clubs, which was notorious during António de Oliveira Salazar's Dictatorship». Eis uma lição de geopolítica como rodapé de tarifas aéreas mais baixas.

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por FJV, em 20.11.07
|||Assédio sexual.
Em Dezembro, fará agora um ano, uma criança de 4 anos, em Waco, Texas, foi acusada e declarada culpada de assédio sexual numa escola local. Segundo a imprensa, a criança encostou o rosto aos seios da educadora de infância. Na mesma altura, uma escola infantil de Hagerstown, Maryland, acusou uma criança de 5 anos de assédio sexual a uma colega sua (e «condenado» a pena suspensa até entrar na escola primária). Entre 2005 e 2006, 25 crianças de jardins de infância no estado de Maryland foram alvo de inquéritos por assédio sexual na suas escolas. No caso de Hagerstown, a porta voz da Washington County Public Schools referiu que «It's important to understand a child may not realize that what he or she is doing may be considered sexual harassment, but if it fits under the definition, then it is, under the state's guidelines. [...] If someone has been told this person does not want this type of touching, it doesn't matter if it's at work or at school, that's sexual harassment.» Para esta cavalheira, o caso pode ser considerado uma «learning opportunity». Puta que pariu.
Em Canton, Ohio, uma criança de seis anos estava a tomar banho para sair para escola quando ouviu o school-bus a passar; saiu a correr, nu, com medo de perder o autocarro. Consequência: foi suspenso, pela sua escola, por assédio sexual.
«Could my son be accused of sexual harassment?», pergunta-se Yvonne Bynoe, no Washington Post. «He's a good boy. He likes watching Thomas the Tank Engine on television and playing Simon Says. Like many 3-year-olds, he's very affectionate. Unfortunately, hugging his teacher may get him suspended from nursery school.»
Por que razão prestei atenção ao assunto? Por causa de uma estupidez qualquer.
[FJV]

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por FJV, em 15.11.07
||| Cállate!
Interrompo a programação normal para ofender voluntária e deliberadamente os puritanos e restantes amigos que acham que o rei de Espanha não podia mandar calar o mandatario Hugo Chávez. Qualquer um poderia mandar calar o sujeito. Aliás, qualquer um devia mandar calar o indivíduo, até para podermos ouvir Zapatero, que tentava articular uma frase que não chegou a dizer. A ideia de que temos de desculpar o coitadinho do venezuelano que o rei de Espanha mandou calar é tão absurda que até faz rir; Chávez foi autorizado a falar mais do que qualquer outro dos presentes, faz acusações imbecis onde e quando quer, ameaça usar o petróleo para punir quem se lhe atravessa (faz bem, que é seu), sai da cimeira e vai perorar contra a cimeira, e toda a gente acha bem. Quer dizer: os amigos de Chávez passam-lhe, amistosamente, um atestado de insanidade e de inimputabilidade (como se dissessem «deixem lá, é o nosso palhaço de serviço, até o dr. Soares gosta dele»), e depois esperam que seja respeitado. É só o palhaço de serviço. Mas, afinal, o que queria dizer Zapatero?
[FJV]

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por FJV, em 05.11.07
||| Entrevistas de hoje.
A de Nick Cohen, o autor de O Que Resta da Esquerda?, no Público. A de Charles Murray, autor de The Bell Curve, na Folha de São Paulo.

[FJV]

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por FJV, em 25.10.07
||| Armadilhas.
A minha filha de oito anos perguntou-me se eu sabia o que era o pavo cristatus. Ela argumentou que o conhecimento não tinha lugar. Tive de lhe dizer, primeiro, que era latim; só depois fui investigar a existência do pavão branco «cuja cauda pode chegar a ter mais de 2 metros de comprimento». Ela já sabia, tinha chegado primeiro à Wikipedia.
[FJV]

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por FJV, em 25.10.07
||| Informática geral. O que é uma pen drive?













O que estão eles a carregar no avião? Uma pen drive de outros tempos, ou seja o disco rígido do IBM 305 RAMAC, o primeiro computador com Hard Disk (HDD), que pesava quase uma tonelada e tinha 5Mb de capacidade.

[FJV]

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por FJV, em 24.10.07
||| Revista da imprensa. Vida pública. Capítulo 1: os palitos la reine.






A revista Lux publica uma carta do líder parlamentar do PSD em que este desmente que, durante o espectáculo de Rod Stewart no Casino Estoril, tenha «trocado mensagens telefónicas e envios, pelo ar, de pedaços de palitos à la reine [sic] com Cinha Jardim». A «notícia é completamente falsa».
A revista, por seu lado, acha que a insinuação é «grave e descabida» (a directora da Lux, esclarece, esteve de facto nesse evento, «mas numa das primeiras cadeiras da referida mesa, ao passo que PSL estava quase ao fundo da sala») e, para o que nos interessa, «reafirma que voaram palitos la reine na referida mesa». Ficámos cientes. Voaram.
[FJV]

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por FJV, em 21.10.07
||| A queda de um anjo.
Os «condes, viscondes, marqueses e duques» do Ministério Público e outras agremiações contestam os termos da entrevista de Pinto Monteiro ao Sol, e querem que ele se demita. Ontem, quando li a entrevista (de que gostei bastante), pensei que isto iria acontecer. Evidentemente que há aqui questões processuais; é nelas que «os condes, viscondes, marqueses e duques» se detêm (o telemóvel sob escuta, pouco mais). O resto é mesmo isso, boa entrevista.
Mas, evidentemente, para lá do ar escandalizado da reacção, há uma evidência: o Procurador-Geral da República não é Santana Lopes a almoçar em Canal Caveira. Agora, todos estamos com grande curiosidade acerca do seu telemóvel. Está sob escuta? Quem está a escutá-lo? É Nokia ou Siemens? É Vodafone, Tmn ou Optimus? Tem capas coloridas como as gravatas de Rodrigues Maximiano, ou é sóbrio como um juiz e nem câmara fotográfica possui? Que ruídos ouve o PGR quando fala ao telefone? Que campainha activou? Abrir a caixa e depois fechar a porta, não dá. Todos queremos saber, todos temos o direito de saber se alguém anda a escutar o nosso PGR. Também queríamos saber mais coisas (por exemplo: quem mais «ouve ruídos» no telemóvel ou no telefone do gabinete), mas ficamo-nos por aí. O que não obsta nada à existência de «condes, viscondes, marqueses e duques», estejam tranquilos.
[FJV]

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por FJV, em 21.10.07
||| Revista da imprensa.
A entrevista com Cécilia Sarkozy.
[FJV]

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por FJV, em 20.10.07
||| Não acreditem neles.
Sobre este post, o seguinte: eu sei bem que não vai haver referendo. Não é necessário, bem vistas as coisas. Não era necessário há uns meses; acredito na Europa a trinta velocidades, dispersa, reunida em torno de um tratado e de uma burocracia própria. Já não há volta a dar-lhe. O Tratado aprovado em Lisboa está assente sobre uma série de plataformas que também não foram referendadas e que talvez devessem ter sido referendadas; é difícil submeter este Tratado a referendo; o que está perdido, perdido está. Acham que os franceses eram mesmo, realmente, profundamente, contra a Constituição Europeia, ou apenas tinham medo dos canalizadores polacos e da ameaça de terem de trabalhar e reduzir o défice como os outros? Querem referendar o «porreiro, pá» de José Sócrates, ou querem discutir o Tratado? Está na cara.
Isso é uma cousa. Outra, diferente, é a paranóia festiva que tomou conta dos jornalistas de televisão, envoltos em nuvens de Murganheira Grande Reserva de 1985, e a consequente falta de informação e de discussão sobre o que perdemos e ganhamos com o Tratado. Está na cara dos tratantes.
[FJV]

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por FJV, em 18.10.07
||| Ora aí está.
O Filipe explica um mistério que já me tinha alarmado: por que razão houve três votos nulos na eleição do novo líder da bancada parlamentar do PSD?
[FJV]

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por FJV, em 18.10.07
||| Cecília.








Tens toda, toda, toda a razão. O João Gonçalves escreve: «[...] com Sarkozy chegou um novo tipo de primeira-dama. A que, já o sendo, se está nas tintas para continuar a ser e se divorcia. Cécilia ainda teve tempo para um gesto de diplomacia paralela bem sucedido antes de decidir ir à vida dela. Quantas pirosas e putativas candidatas a primeira-dama seriam capazes disto?»
Curioso como em certos blogs tratam o caso, mencionando o «corno enamorado», com aquele pequeno ar de «escândalo da República», aquele tremor no esófago ao mencionar que «s’il mène les affaires de la France comme il a mené ses affaires conjugales...» Escândalo? Dar a César o que é de César, mencionar a alcova conjugal apenas o estritamente necessário. O conceito de «primeira-dama» como um apêndice da figura do Estado é uma velharia anterior à Rainha Vitória (que era valente). É uma bela moça, essa Cécilia.
[FJV]

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