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Altamente, ganda cena, 2.

por FJV, em 20.03.08
O vídeo em que se mostrava uma aluna da E. S. Carolina Michäelis, do Porto, a agredir uma professora, foi retirado do You Tube pelo aluno que filmou os acontecimentos e dizia coisas divertidas durante a gravação, «altamente», «sai daí, deixa ver». Gostava de saber, pessoalmente, quanto tempo vai demorar o processo disciplinar a esta aluna. Mantenham-me informado, quem puder.

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Altamente, ganda cena.

por FJV, em 20.03.08
Os colegas, a princípio, vibraram com a ideia; só foram em defesa da professora 1m 20s depois de ter começado a cena. No Carolina Michaelis, do Porto.

(Via Blasfémias.)

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Memória.

por FJV, em 15.03.08
O Pedro Correia cita George Steiner (de As Lições dos Mestres) para falar, por exemplo, da importância da memória na aprendizagem; ainda sobre o meu post «A guerra das escolas. Um ponto da situação», é outro dos pontos essenciais da balbúrdia pedagógica promovida pelas autoridades pedagógicas: a desvalorização da memória.

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A guerra das escolas. Um ponto da situação.

por FJV, em 12.03.08
As queixas sobre a educação encontraram agora um argumento político de força, graças à manifestação dos professores. A avaliação iria pôr termo a todos os males e levar-nos ao caminho da civilização. Mas, na verdade, a guerra contra os professores e os pedidos para que as autoridades actuem sem recuo faz esquecer o pormenor: avaliem o trabalho do Ministério nos últimos vinte anos. Não dos proprietários ou ocupantes temporários da pasta, mas dos verdadeiros donos do ME, uma classe de experimentalistas que elaboraram programas, preâmbulos a programas, ordens burocráticas e documentos sobre procedimentos burocráticos, escalas de reuniões e curricula absurdos (e que, inclusive, autorizou curricula ainda mais absurdos para valorização «profissional» de professores hábeis, muito hábeis), ausência de razoabilidade em processos disciplinares, reformas e contra-reformas curriculares ao sabor de pantomineirices (como a TLEBS, a imbecilização no ensino da Matemática, da História e da Ciência) que favoreceram a falta de cultura científica e de hábitos de trabalho dos estudantes. Esses são os verdadeiros responsáveis. Meter na escola – essa arena onde o ME sempre esteve impune e sempre defendeu a sua autoridade para impor regras e princípios sem discussão e sem participação – pais, autarquias, estatísticas, julgamentos pelos pares, inspectores sem competência científica e até gente analfabeta mas com todo o conhecimento da novilíngua ministerial providenciada por génios que raramente ou nunca deram aulas ou estiveram mais de dois anos seguidos numa escola, não é o melhor método de nos levar ao caminho da civilização.
Claro que se pode questionar uma avaliação feita contra os professores, mas essa é uma guerra fácil e cheia de armadilhas. Basta ver os blogs, de esquerda e de direita, pedindo autoridade, disciplina e avaliação. Avaliam-se resultados, sim; mas com que instrumentos, com que programas escolares, com que linguagem técnica?
A questão, aqui, não é a de dar crédito aos sindicatos ou às multidões, a de apoiar a ministra (mais uma vez, aliás, é o secretário de Estado Jorge Pedreira que vem salvar a nau...) ou a de considerar que qualquer recuo é uma derrota de José Sócrates. Outras equipas optaram por outro caminho: primeiro, tratar da matéria educativa, dos programas, dos curricula, de um estatuto do aluno sério e capaz, da chegada do rigor (esse sim) ao ensino das ciências e das humanidades – depois, tratar também da avaliação dos professores. Estranho, por isso, que tanta gente caia na armadilha.
Na verdade, esta ministra não tratou de reformar a escola, nem o ensino, nem a educação; tratou, isso sim, e com razoável eficácia, de melhorar as estatísticas e de disciplinar o funcionamento da rede ministerial (desde os célebres corredores da Av. 5 de Outubro às regras para auxiliares administrativos, comportamento de professores e de sindicalistas). Fez bem. Era um ponto. Mas a verdadeira reforma, aquela que este sistema de avaliação há-de esconder, essa não me parece que esteja a ser feita. Coisas simples: o que defende o ME sobre a utilização de calculadoras no ensino básico?; o que diz o ME sobre o programa de ensino de Português?; por que razão entrega de mão beijada o ensino da Literatura e da Filosofia?; por que razão se continua a autorizar o aumento do preço do livro escolar (vem aí, vem aí, preparem-se...)?; foram os professores ouvidos sobre as reformas curriculares? Eu queria um ME que se preocupasse com isso. Argumentarão que a avaliação é o primeiro passo para que o ME deixe de tratar todos os professores como «os professores» e passe a distinguir os bons, os maus e os outros. Mas a fazer o quê, nas escolas?

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Estar errado.

por FJV, em 08.03.08
Sobre alguns comentários acerca da posição do Ministério da Educação, convém dizer que a questão não é a de desvalorizar e punir a ministra por estar a ser contestada na rua; digamos que até é um ponto a seu favor. Não ceder à rua é meritório hoje em dia. O problema é outro, completamente diferente: a proposta do ME está errada, cheia de maus critérios. Para os que nunca ou raramente visitam as escolas, ou as conhecem, ou falam com professores, seria melhor ver o que ME fez da vida das escolas e dos bons professores, antes de disparar para os alvos mais à mão para parecerem valentões. Anda tudo de peito cheio a pedir «ponha-os na ordem, senhora ministra».

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Avaliação de professores, 2.

por FJV, em 08.03.08
Lamento muito. Concordo que deve existir uma avaliação de professores (ao contrário de Vasco Pulido Valente), mas não deixo de notar o tom de ressentimento, que é sempre mau conselheiro, naqueles que não vêem nesta questão mais do que um confronto do governo com o Partido Comunista ou com a Fenprof. A arma é tratar todos como se pertencessem ao mesmo saco («pseudoprofessores», «soldados do Partido Comunista», «preguiçosos», etc.) e, pior, tratar uma manifestação de professores como um ataque ao coração da democracia. É de um exagero absolutamente notável e deselegante.

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Avaliação de professores.

por FJV, em 08.03.08
Agradecia aos espíritos disciplinadores que lessem o artigo de Vasco Pulido Valente no Público de hoje.

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Escolas, e justiça pelas próprias mãos.

por FJV, em 07.03.08


Ontem visitei uma escola no concelho de Sintra. Era a “semana da leitura” numa escola cuja biblioteca está permanentemente aberta das 08h00 às 22h00 por devoção dos seus professores. Os de várias disciplinas, de Português a Educação Física e Geometria – cada um faz uma escala para garantir um dos objectivos internos da própria escola: mantê-la aberta nesse período. Havia alunos a ajudar no bar e no refeitório, porque não há pessoal suficiente. Alunos, funcionários administrativos e professores promoveram uma maratona de leitura. A ministra da educação pede a estes professores para “trabalharem mais um pouco”, coisa que eles já fazem há bastante tempo; ouvi alunos portugueses, africanos, indianos, do Leste europeu, a falar com orgulho da sua escola. Falando com eles, um a um, percebe-se entusiasmo em várias coisas. Acho natural, são professores. Percebo pela blogosfera uma grande vontade de fazer “justiça pelas próprias mãos” aos professores, mas vejo poucas pessoas com disponibilidade para ouvi-los nas escolas – não nas ruas, onde as parvoíces são sempre amplificadas, mas nas escolas, nos corredores da escolas, quando fazem turnos de limpeza, quando atendem alunos em dificuldade ou fazem escalas para Português como língua estrangeira para rapazes ucranianos ou indianos que não entendem sequer o alfabeto ocidental, ou quando tratam dos problemas pessoais de alguns deles (ou porque não tomam o pequeno-almoço em casa, ou têm dificuldade em aceitar um namoro desfeito, ou andam na droga). Os professores, estes professores, são um dos últimos elos (percebe-se isso tão bem) entre os miúdos e miúdas desorientados e um mundo que é geralmente ingrato. São avaliados todos os dias pelo ambiente escolar, pelo ruído da rua, pelas horas de atendimento, pelas reuniões que o ME não suspeita. Muitas vezes, as famílias não sabem o ano que os miúdos frequentam; não sabem quantas faltas eles deram; não sabem se os filhos estão de ressaca. Os professores sabem.

Essa vontade de disciplinar os professores, eu percebo-a. Durante trinta anos, uma série de funcionários que abundou “pelos corredores do ME” (gosto da expressão, eu sei), decretou e planeou coisas inenarráveis para as escolas – sem as visitar, sem as conhecer, ignorando que essa geringonça de “planeamento”, “objectivos”, princípios pedagógicos modernos, funcionava muito bem nas suas cabecinhas mas que era necessário testar tudo nas escolas, que não podem ser laboratórios para experiências engenhosas. Muitos professores foram desmotivados ao longo destes anos. Ou porque os processos disciplinares eram longos depois de uma agressão (o ME ignora que esses processos devem ser rápidos e decisivos), ou porque ninguém sabe como a TLEBS é aplicada. Ninguém, que eu tivesse ouvido nas escolas onde vou, discordou da necessidade avaliação. Mas eu agradecia que se avaliasse também o trabalho do ME durante estes últimos anos; que se avaliasse o quanto o ME trabalhou para dificultar a vida nas escolas, com medidas insensatas, inadequadas e incompreensíveis; que se avalie a qualidade dos programas de ensino e a sua linguagem imprópria e incompreensível. Sou e sempre fui dos primeiros a pedir avaliação aos professores, porque é uma exigência democrática e que pode ajudar a melhorar a qualidade do ensino. Mas é fácil escolher os professores como bodes expiatórios de toda a desgraça “do sistema”, como se tivessem sido eles a deixar apodrecer as escolas ou a introduzir reformas sobre reformas, a maior parte delas abandonadas uns anos depois. Por isso, quando pedirem “justiça”, e “disciplina” e “rigor” (coisas elementares), não se esqueçam de visitar as escolas, de ver como é a vida dos professores, porque creio que se confunde em demasia aquilo que é “o mundo dos professores” com a imagem pública de um sistema desorganizado, oportunista e feito para produzir estatísticas boas para a propaganda.

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Abrir a escola?

por FJV, em 23.02.08

A ministra da Educação garante que o decreto sobre o novo regime de autonomia e gestão escolar vai proporcionar “uma maior abertura ao exterior”. Precisamente o que eu temia. Exactamente aquilo que o leitor deve temer. Esta anunciada abertura da escola aos “agentes da comunidade local”, como pais, autarquias e “outros agentes” é muito perigosa. Já acho duvidoso que a gestão das escolas possa albergar pais e autarcas; o seu limite deve ser, apenas, uma espécie de conselho consultivo. Mais nada. A ideia de “abrir a escola à sociedade”, muito certinha, não quer dizer absolutamente nada. Penso, aliás, que a escola já está “aberta” demais à sociedade, que a enche de lugares-comuns, erros ortográficos, sintaxe de 'sms', discursos sem nexo, e vários elementos de distúrbio. A democracia, que transformou as escolas em “estabelecimentos de ensino”, uma espécie de “fábrica de cidadãos” em regime industrial, ainda não se desfez da ideologia que a conduziu ao desastre.

[Na coluna do Correio da Manhã.]

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Música, ensino da música.

por FJV, em 12.02.08
A reforma do ensino da música é ridícula. Sobre o assunto assino por baixo este post fatal e minucioso do Fernando Sobral onde estão todas as palavras certas sobre o assunto.

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As faculdades de Letras.

por FJV, em 18.01.08
Texto de Daniela Kato no A Destreza das Dúvidas (via Superflumina):

«Para os que, como eu, ainda acreditam que se a poesia tem alguma função esta não pode ser se não, parafraseando o poeta americano Jonathan Williams, «evitar que o gelo se forme nos corações humanos», a passagem por uma Faculdade de Letras sugere antes um frio
glacial. A maior das provações, sem dúvida, a que pode ser submetida essa crença na capacidade da Literatura para (co)mover. Desenganem-se os que pensam que as Faculdades de Letras são hoje (se é que alguma vez foram) lugares de cultura, se por «cultura» entendermos todo um conjunto de valores, linguagens, práticas e atitudes perante o conhecimento, transmitidos de geração em geração.»

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Novas oportunidades.

por FJV, em 11.01.08
Novas oportunidades validadas por Roberto Carneiro; vai ser este o sentido da avaliação prometida. Roberto Carneiro foi o ministro que começou a tratar os alunos por aprendentes, o que teve consequências ainda mais nefastas do que se previa. O país dos aprendentes, da novilíngua, da nivelação por baixo, está para durar. Mas permitam-me que cite um depoimento (anónimo) à notícia do Público. Vale a pena:

«Como professora/formadora a trabalhar em Centro de Novas Oportunidades numa escola pública, posso afiançar que o facilitismo está presente nas nossas reuniões de validação. Não acrescentamos nenhuma aprendizagem ou ensinamento aos adultos que se pretendem certificar. Nunca lhes ministrei uma única aula... Ainda esta semana uma colega nossa, com base num trabalho escrito pelo adulto em processo (2 páginas A4 com uma reflexão sobre a aplicação das novas tecnologias) conseguiu validar 5 das 28 competências que o adulto precisa para ser certificado (ganhar?) o 12º ano, entre outras razões porque descreve que sabe mandar mails, usar o telemóvel e ler instruções do gravador de CDs...A mediadora /avaliadora achou correcto (eu e outras que ainda têm consciência nada pudemos obstar!) Será preciso dizer mais?»

Um outro comentário à mesma notícia:

«Mesmo que conceptualmente o programa Novas Oportunidades não tenha o carácter facilitista a que se está a assistir, a pressão que o governo coloca aos CNO (Centros Novas Oportunidades) com as metas só pode levar a isso. Quem não atingir as metas, perfeitamente loucas e irracionais, não tem futuro. Os horários dos profissionais RVCC (Reconhecimento, Certificação e Validação de Competências) é desumano só em nome das ditas metas. Estatística! A qualidade não interessa. Como vamos continuar a ter alunos no Secundário regular a estudar e a trabalhar com empenho se é tão mais fácil reprovar e obter certificação via CNOs? É o desprestígio total para os docentes e os alunos das turmas do ensino regular. Não interessa quem faz os dossiers; apresenta-se, entrega-se e estamos certificados. Simplex em acção.»


Aí está. O mundo dos aprendentes veio para ficar. Espero, sinceramente, mas com muitas dúvidas, que Roberto Carneiro tenha a presciência (eu gosto da palavra) de denunciar estas inanidades.

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Nem podia ser de outra maneira.

por FJV, em 05.01.08
A edição de hoje do Sol dá conta da apresentação de uma tese de mestrado, em Coimbra, sobre a má qualidade dos manuais escolares portugueses «e que aponta este factor como uma das principais razões para o mau posicionamento do nosso país nos índices internacionais de competências literárias na leitura». Não é uma novidade, mas é bom que se elaborem e se publiquem esses estudos. Convinha, no entanto, que a culpa não recaísse, inteira, nos editores, cujas sérias responsabilidades são evidentes. Essa responsabilidade deve ser atribuída, também, e em larga percentagem, ao Ministério da Educação, que esteve longos anos sem perceber (aliás, creio que ainda não percebeu) a monstruosidade que se montou em redor das inanidades, erros e disparates de muitos dos manuais que circulam pelas escolas. Como escrevi várias vezes, os pedagogos e ideólogos do ministério andaram demasiado tempo em roda livre, produzindo textos incompreensíveis e experiências pedagógicas que têm prejudicado os alunos, as escolas e os professores.

PS - No texto publicado na edição em papel, o jornal apresenta o caso de um conto de Miguel Torga «adaptado» para um manual de Português. Convido-vos a apreciarem o caso.

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Estapafúrdio.

por FJV, em 04.01.08
Nesta disputa para saber quem tem razão ou quem diz a verdade, entre o Ministério da Educação e o Correio da Manhã, a propósito dos nomes de santos a atribuir às escolas, evidentemente que é preciso ter em conta o hábito de o Ministério da Educação não contar toda a verdade ou o de ser ultrapassado pelas várias direcções regionais (por exemplo).
Mas o que é completamente estapafúrdio é o documento que contém as «instruções necessárias e suficientes» (o termo é o das directivas pombalinas) para denominações de escolas. Não basta que os programas escolares não se consigam ler em Português de sujeito, predicado e complemento directo. Não. É preciso que o Ministério elabore um documento sobre toponímica geral e denominações. Tudo regulamentado, tudo, para que nada saia da alçada burocrática.

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Abertura à sociedade.

por FJV, em 13.12.07


Por exemplo, nisto sou contra: a abertura da escola à sociedade. Abrir a escola à sociedade? Já acho mal que a gestão das escolas possa contar com a participação de pais e autarcas; o seu limite de influência deve ser, apenas, uma espécie de conselho consultivo. Mais nada.
Agora, esta ideia de «abrir a escola à sociedade», muito certinha e perfeita, não quer dizer absolutamente nada. Acho, aliás, que a escola já está «aberta demais à sociedade», que a enche de lugares-comuns, erros ortográficos, sintaxe de sms e outros elementos de distúrbio. A democracia, que transformou as escolas em «estabelecimentos de ensino», tem de resolver esse problema com a sociedade. Para ver se a escola volta a ser escola.

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Debate sobre educação. Entre novidades e pacóvios.

por FJV, em 13.12.07
É necessário um esclarecimento sobre este post e as suas razões. O Carlos Araújo Alves no seu blog e a Cristina Gomes da Silva nos comentários acharam que a minha objecção era contra a nova forma de gestão das escolas anunciada por José Sócrates no parlamento; insisto que não. Sou, inequivocamente, como já escrevi antes, pelo cargo de director da escola. O de reitor da escola (como defende o João), o de uma autoridade da escola, e muito próximo desta forma, mas menos abrangente.
A questão é que neste debate parlamentar sobre educação, em que muito haveria a dizer, não se apresentou ninguém a desenhar o quadro de erros cometidos pelo governo, nem -- tão pouco -- alguém que conheça a escola, que saiba o que passa verdadeiramente. O PSD, mais uma vez, ficou mal servido com Pedro Santana Lopes, que é, de facto, uma das pessoas que menos poderá falar do assunto.
Em vez de debater a situação da educação (que não se resume, longe, longe disso) a questões sindicais, tudo se resolveu com o anúncio de mais uma novidade. O que os jornais querem é novidades; o que o nosso tempo quer é novidades. De cada vez que o primeiro-ministro quiser apresentar um novo pacote legislativo, uma ideia, uma iniciativa, basta-lhe ir ao debate mensal ou quinzenal do parlamento. Triste oposição. Medonha. Cheia de pacóvios.

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Santo debate.

por FJV, em 11.12.07
O debate sobre educação seria uma oportunidade de confronto, aparentemente perdida. Em vez disso, o que passa para a imprensa, em primeiro lugar, é «um novo modelo de gestão escolar». Daqui a alguns anos as escolas estarão excelentemente geridas (até coloco essa hipótese), mas sem nada para ensinar.

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por FJV, em 23.10.07
||| Educação Artística.
Atenção ao Educação Artística Forum, animado pelo Carlos Araújo Alves. Objectivo: promover um debate público e aberto sobre os rumos da Educação Artística em Portugal. O link é este e para participar é necessária uma inscrição, coisa de meio minuto.
[FJV]

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por FJV, em 24.09.07
||| Incentivos aos alunos.
Rio de Janeiro paga até R$ 4.560 a aluno que se formar com nota boa.
[FJV]

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por FJV, em 24.09.07
||| TLEBS: em que ficamos?
Ficamos em que o Ministério da Educação não teve coragem de pôr a TLEBS a andar. Essa é a primeira conclusão depois de ler esta notícia:
«O Ministério da Educação suspendeu em Abril a experiência da TLEBS, mas não deu instruções aos editores dos manuais sobre o que fazer com os livros que já continham a nova terminologia. Os editores dos manuais escolares perguntaram, mas a tutela não deu resposta a tempo e horas. Resultado, mesmo com a Terminologia Linguística para Básico e Secundário (TLEBS) suspensa no ensino básico, há manuais do 4.º e 7.º ano a ser usados que contêm a nova terminologia.»
A segunda conclusão: não se sabe se o Ministério não sabe usar o seu poder, ou se não tem poder para decidir, ou se não tenciona cumprir aquilo que promete. Sobre a TLEBS já se disse o que havia a dizer. Resta pô-la a andar. Escrevi em Abril passado: «Como acontece no ensino do Português, tudo o que dá maus resultados é geralmente aprovado pelo Ministério da Educação. Espero que a ministra da Educação ponha ordem nessa corporação.» Não pôs. O Ministério é que parece refém da TLEBS.
[FJV]

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