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Racismo.

por FJV, em 18.03.09

Todos esperamos uma explicação – e é certo que terá de haver uma, séria e ponderada, para que os alunos ciganos da Escola de Barqueiros, em Barcelos, tenham aulas à parte (de contrário, chamemos a polícia). Em matéria ‘multicultural’ é sempre necessário ter alguma cautela e escutar todas as partes envolvidas. Gritar que é racismo é a coisa mais fácil e mais em conta; mas o ‘racismo’ é uma faca de dois gumes – e corta onde mais convém. O leitor quer um veredicto? Ciganos de um lado, gentios do outro é uma solução desagradável e errada. Se os ciganos querem estar isolados, só há um remédio: explicar-lhes, com frontalidade, que o país não pode permitir a formação de guetos. Se foi a autoridade que os isolou, é preciso pôr a autoridade na linha e pedir-lhe para se demitir.

[No Correio da Manhã.]

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10 comentários

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De Tiago Moreira Ramalho a 18.03.2009 às 22:14

Concordo plenamente.

Apenas um pequeno reparo: neste contexto é "aparte" e não "à parte".

Cumprimentos
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De Anónimo a 18.03.2009 às 22:50

Acho muito interessante estas opiniões, mas primeiro vão residir junto de um grupo de ciganos, ou vão executar um trabalho onde sejam obrigados a atender ciganos, e depois opinem.
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De Jose Luis a 18.03.2009 às 23:00

Pois... O problema é que esse tipo de comentários não é bem aceite na sociedade.
Não fica bem!!! Porque os politicos, intelectuais e protectores das minorias só estão em contacto(quando estão) com essas minorias quando há televisões por perto!
Vão para a Cova da Moura sem TV's por perto ou para um qualquer bairro degradado e depois falamos.
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De Anónimo a 18.03.2009 às 23:17

O que é que está errado nesta imagem?

http://trocaopasso.wordpress.com/2009/03/18/o-que-e-que-esta-errado-nesta-imagem/



:)
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De Manuel da Silva Carvalho a 18.03.2009 às 23:26

Apesar de ainda haver alguns factos por explicar, algumas coisas já têm vindo a lume, umas contraditórias, que me limito a constatar. Desde o início do ano lectivo numa acção concertada entre a direcção do agrupamento de escolas de Barqueiros, em Barcelos, a DREN, o Ministério e os pais de uma comunidade de 17 alunos de maioria etnia cigana que estavam actualmente fora do sistema escolar, acordaram em manter as crianças (entre os 9 e 19 anos) no sistema lectivo num contentor com condições de habitabilidade iguais ou superiores à própria escola (tem ar condicionado). Todos os alunos têm refeições conjuntas e recreio único. Tem havido um diálogo constante entre professores e encarregados de educação.
Agora, a partir destes pressupostos poderemos analisar e discutir se a “resolução” avançada pela direcção do agrupamento de escolas, em consonância com a DREN e Ministério foi a mais eficaz e correcta. É evidente que a reacção imediata de qualquer pessoa bem formada é óbvia. O método parece ter precisamente o sentido contrário do que se pretendia. A integração.
Desconheço se, anteriormente, já houve tentativas de integrar esses jovens que estavam absolutamente fora do sistema escolar com idades entre 9 e 19 anos, em turmas “normais” como à primeira vista deveria acontecer, nas respectivas turmas conjuntas. É bastante fácil opinar que a decisão só poderia ser uma. Integração normal nas respectivas turmas. Mas quantos responsáveis pelas nossas escolas básicas se têm preocupado na integração de jovens problemáticos, de qualquer etnia, que levantaram voo sem a escolaridade mínima?
Mas andará o nosso Ministério da Educação aos papéis que conhece o assunto desde a primeira hora e até resolveu integrar a escola nos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) para que seja "melhorado ainda mais" o trabalho daquele estabelecimento, que isolou uma turma de maioria cigana do resto dos estudantes e criou uma equipa de acompanhamento. Actualmente são 59 as turmas em escolas integradas nos TEIP que são estabelecimentos de ensino localizados em contextos socioeconómicos desfavorecidos e com elevadas taxas de abandono e insucesso escolar. O caso da Escola Básica de Lagoa Negra, no ponto de vista da DREN, procura integrar e proporcionar o acesso à escolaridade a um conjunto de jovens provenientes de acampamentos ou bairros de famílias com debilidades acrescidas de ordem económica e social. Trata-se de uma turma-projecto, acompanhada por especialistas da DREN, da Coordenação Nacional dos TEIP e da Universidade do Minho, que a todo o tempo os alunos poderão transitar definitivamente para uma turma “regular”.
O Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, em estudos sobre as famílias ciganas, tem realizado um notável trabalho coordenado por Manuel Carlos Silva e a socióloga Carla Sofia Cid, abordando a problemática dos ciganos no Minho.
Portanto não estamos, de maneira nenhuma, em presença de um caso em que uma comunidade pediu o isolamento dos seus filhos, nem a escola procurou a segregação de ninguém.
Aguardemos pelos resultados.


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De Adolfo Contreiras a 19.03.2009 às 03:39

Outra vez FJV posta perentóriamente que "é preciso pôr a autoridade na linha e pedir-lhe para se demitir", nem mais nem menos, rua. E, senhora ministra, não esqueça tem de dar uma explicação pessoal à persona FJV.
FJV começa por afirmar que "é certo que terá de haver uma, (explicação) séria e ponderada, e mais à frente diz, acautelando-se, que "Em matéria "multicultural" é sempre necessário ter alguma cautela e escutar todas as partes envolvidas". Bem, mas depois e de imediato, sem quaisquer cautelas´e sem ouvir as partes envolvidas, e só porque não concorda com a colocação dos miúdos ciganos em turmas próprias, mesmo no sentido de melhor serem acompanhados e recuperados sem atrazar os outros, propõe a medida radical da demissão da autoridade responsável.
Este tipo de posição em FJV vem sendo cada vez mais típico e frequente, sinal de que fala mais com fingimento do que com pensamento. Para quando pessoas com FJV, BB e outros puros, se dignam concorrer a ministros para Portugal ter um governo sem a mínima falha, perfeito, quiçá divino.


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De FJV a 19.03.2009 às 09:47

Enganado, redondamente enganado, caro Adolfo. Leia bem o que eu disse e não aquilo que quer que eu diga.
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De FJV a 19.03.2009 às 09:49

E, já agora, leia o comentário anterior.
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De nobigdeal a 19.03.2009 às 18:31

espero que o Manuel Silva Carvalho e o Manuel Carlos Silva não sejam a mesma pessoa...
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De Fuschia a 20.03.2009 às 09:54

Neste tipo de situações enerva-me que maior parte das pessoas caiam pelo caminho mais fácil e bonito que é condenar a escola. Ouvem a palavra "contentor" e "escola" e está feita a discriminação. Ora, estamos a falar de um povo que tira os filhos da escola cedo para que não criem laços com miúdos fora da comunidade cigana. Tendo isto em conta, quem está a discriminar quem? É muito "cristão" crucificar a escola, mas tal como disse e bem, é uma faca de dois gumes.

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