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Os que se vão.

por FJV, em 12.03.09

Não éramos do mesmo grupo, das mesmas memórias; mas aprendi várias coisas com ele, tanto mais que discutimos algumas vezes, sobre política, sobre jornalismo, sobre futebol, sobre Coimbra, sobre  que havia à nossa volta. O João Mesquita fazia parte de um grupo de amigos que se foi desfazendo com o tempo, a idade, as doenças que caminham na nossa direcção, sem que se desfaça o essencial, que é a sensação de pertencermos a um mesmo sentido, que nunca é único, perfeito, o indicado. A morte do João acrescenta-se a uma série de despedidas difíceis e empobrecedoras. Naquele grupo de pessoas não era preciso estarmos todos do mesmo lado, era o que eu queria dizer; era preciso falarmos a mesma língua, que do resto nos encarregávamos nós. O que ele sofreu por ser como era, íntegro, sério, à antiga, não se lhe restitui. Só podemos falar assim, da morte que nos mata um pouco.

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2 comentários

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De ana cristina leonardo a 12.03.2009 às 22:58

tenho muita pena
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De Greenie a 15.03.2009 às 03:55

Conheci o Mesquita há muitos anos atrás. Éramos ambos jovens, eu ainda não levava a vida muito a sério, ele sim. Ele chateava-se comigo, eu não o entendia.
Cada um seguiu a sua vida e não o voltei a ver. Tenho pena. Porque mais tarde entendi. E hoje admiro a sua seriedade e integridade. Tarde de mais. Ou talvez não.
Até sempre, Mesquita!

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