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Tirando aqueles que acham que Sócrates esteve bem, esteve ao ataque (considerações muito semelhantes a uns comentários logo depois do debate Soares/Cavaco que iniciou a descida de Soares aos infernos -- Soares teria «ganho» o debate, teria «arrasado», pode ir ver-se ao arquivo da TSF dessa noite), o que me pareceu é que Sócrates esteve à defesa. À defesa contra o país inteiro, mesmo aquela parte do país que -- tendencialmente -- pode votar nele. O mais desagradável num político é o seu tom absoluto, a desvalorização e tentativa de criminalização de tudo o resto. Isso pode ser interessante para os que acham que um político deve estar ao ataque. O ataque aos jornais e aos directores dos jornais pareceu-me ridículo. O ataque à campanha negra é ainda mais absurdo. De repente, lembro a mini-entrevista de Filomena Mónica ao Expresso deste fim-de-semana quando lhe pedem para nomear um político sexy; ela diz que não vê nenhum porque os políticos, quando chegam lá, só pensam no poder -- e que isso não é sexy. O discurso de Sócrates esteve à defesa. À defesa do poder. Pode ser interessante para quem gosta do género; mas não deixa de ser apenas isso: um aviso aos fracos.
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