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Libertar a escola.

por FJV, em 11.02.09

A frase (de Marçal Grilo, ex-ministro da Educação) devia ser pacífica: «O país e as famílias perceberam que não basta andar na escola e passar de ano, é preciso saber.» Mas não é. A grande ‘vitória da educação’, nos últimos tempos, chama-se ‘melhoria das estatísticas’; melhorando-se as estatísticas, melhora-se oficialmente a ‘qualidade do ensino’, em vez de ser ao contrário. Ora, acontece que, na maior parte das vezes, a melhoria das estatísticas não tem a ver com a melhoria do aproveitamento escolar. Todos os instrumentos estão lá, na escola – mas faltam os ingredientes fundamentais, a exigência, uma certa disciplina, e autonomia. A escola não pode progredir se estiver dependente de todas as influências e pressões. Não pode ser uma extensão do governo ou da família.

[No Correio da Manhã]

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13 comentários

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De Paulo Colaço a 11.02.2009 às 13:05

O problema português é a deficiente colocação de alicerces.
Em tudo.
Por isso, mais cedo ou mais tarde, tem de recorrer a contrafortes e outros mecanismos para suster o edifícios. O mesmo acontece com os "edifícios sociais".

No dia em que eliminaram os exames de passagem entre ciclos lectivos, abalaram um dos pilares do ensino: a exigência.

Agora, mascaram-no com medidas pilantras para melhorar as estatísticas, essas novas deusas.
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De PALAVROSSAVRVS REX a 11.02.2009 às 16:07

Nesse aspecto, esta legislatura decalcou um processo mágico de fazer aparecer no País o que já fora experimentado na vida pessoal do seu principal actor: fazer aparecer.

Fazer aparecer uma Licenciatura resultou? Faça-se aparecer o Sucesso Educativo. E ele aparece! Balofo e hologramático, mas está lá.

Miseravelmente, essa magia paga-se caro. Sem respeito e amor pelas pessoas do ensino e da cultura, Portugal ombreará com a capital do Zimbabué.

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De Maria das Mercês a 11.02.2009 às 18:44

Tenho um filho com 16 anos, acabado de chegar ao 10º ano de Artes. Corta-se-me o coração ao ver a desmotivação dos alunos, as políticas da escola, a falta de sensibilidade dos profs. Porquê? Sinal dos tempos? Vícios? Evolução irreversível? Só sei que o meu filho está a começar a duvidar de si próprio. Já não acredita no sistema. Tem apenas 16 anos, mas não é tolo. Ainda hoje me disse que não quer ser mais um entre biliões, mas não sabe como fazer isso. Só espero que encontre o caminho dele. Que, muito dificilmente, passará pelo sistema de ensino/educação que temos. Falta sensatez às classes governantes. Um pouco de sensatez...
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De Anónimo a 12.02.2009 às 00:04

O que eu pergunto é como é possível a sociedade saber o que se está a passar, ser incapaz de reagir e depois queixar-se.
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De Miguel Portugal a 12.02.2009 às 14:17

Só mesmo quem não tem um conhecimento minimamente seguro da realidade das escolas e da mentalidade de muitos adultos portugueses ou então quem está de serviço apologético de um governo moribundo, pelo menos em política educativa, é que poderia proferir semelhante "piada" (de mau gosto, naturalmente, que o assunto é demasiado sério).
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De Carlos Pires a 12.02.2009 às 21:17

Infelizmente faltam várias coisas:


Faltam exames nacionais mais frequentes e a mais disciplinas;


Falta exigência e dificuldade nalguns dods exames que já existem;


Faltam, pelo menos nalgumas disciplinas, programas melhores em termos científicos;


Falta formação e actualização dos professores - o que existe é , com poucas excepções, muito mau;


Falta uma forma qualquer de reconhecer o mérito dos professores que têm mérito e de recompensá-los adequadamente (o que não será conseguido por esta avaliação que o governo tem tentado impor).
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De JCM a 12.02.2009 às 22:00

Falta mais alguma coisa. Falta tratar de forma diferente aquilo que é diferente. Por exemplo, não se pode olhar para a massa de professores como se eles fizessem todos a mesma coisa. Não fazem. Não é a mesma coisa trabalhar como educador de infância ou dar aulas no ensino secundário. Não é a mesma coisa ensinar no 2.º ou 3.º ciclos ou ensinar no "secundário" profissional. Mas o problema não é apenas relativo aos professores. O problema é a forma como essa identificação orgânica gera um achatamento do currículo e transforma o ensino secundário, por exemplo, numa espécie de jardim de infância para adolescentes retardados. Uma das coisas mais importantes, a par da disciplina, da exigência, do rigor, é a diferenciação clara dos níveis de ensino. Mas isto é coisa que arrepia ministério e sindicatos.
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De Moz a 12.02.2009 às 22:12

Libertar a Escola? Agora temos a irracionalidade a dirigi-la: os novos capatazes do Ministério: os Directores! Quais pensam que serão os critérios com que as Direcções Regionais os irão avaliar? Quanta sujeira muitos irão fazer para atribuir as "quotas" ao desempenho dos seus "subordinados"? A troco de mais umas moedas no ordenado e a manutenção do cargo (e do emprego), claro. Libertar a Escola? Escola?
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De Alexandre Frade Correia a 14.02.2009 às 00:44

Está tudo pensado há muito...Fazer com a massa dos países seja cada vez mais inculta...Vem pelas ordens da Trilateral...Bilderberg assim manda...O resto é ruído
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De Bic Laranja a 16.02.2009 às 09:51

Melhorar estatísticas é uma habilidade que merece reconhecimento. Demos-lhe estatuto de 'competência' e arvoremos a esperteza saloioa ao grau de licenciatura. Ao abrigo de Bolonha e das novas oportunidades.
Cumpts.

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