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O medo.

por FJV, em 09.02.09

 

Parece que, a avaliar pelos relatos da imprensa, há gente «com medo» no PS e pessoas que prezam que haja «medo no PS». Ambas as posições não merecem muito crédito. O medo, em democracia, combate-se falando alto e bom som, coisa que não se podia fazer durante a ditadura, com imprensa silenciada. Se é medo de «perder o emprego», talvez aconteça que o emprego tenha sido oferecido em troca de silêncio (regra de ouro do sistema «job for the boys»), e deve (num rasgo de coragem pessoal, muito admirável) denunciar-se publicamente, mesmo se se perder o emprego (logo veremos); se é medo de violência física, tipo «eles batem-me pela calada da noite» ou «dão-me um tiro no joelho», pois que se denuncie abertamente, publicamente, diante do Presidente, do PGR, da imprensa -- com provas, papéis, documentos, ameaças visíveis e invisíveis. Quem está aí, entre gente crescida, que tenha medo? Medo de não ter subsídio ou dos chefes na repartição? Medo de Augusto Santos Silva? Que mariquinhas.

O medo é um dos inimigos da democracia; deve combater-se com dignidade e voz à altura. Apregoar aos sete ventos que «estou cheio de medo» não é uma garantia do denunciante; é uma amostra de mariquice. Medo? Não me lixem. Se têm medo, falem.

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12 comentários

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De ASS a 10.02.2009 às 01:05

Tás com um peito...
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De PALAVROSSAVRVS REX a 10.02.2009 às 01:56

Eu, que sou muito macho, não tenho medo. Mas esta espécie de desconstrução do Medo, Francisco, aterroriza-me. Porque o Medo instilado é uma coisa mais complexa que apela ao mariquismo fundamental da conivência, da coacção, da falsificação impune e pespegada em tudo.

Se o Estado e o Regime têm titulares rançosos e incredíveis, se as instituições, em vez de independência, têm subserviência, como é que se sacode este cheiro a Podre?

Repito: eu sou muito macho. Eu não tenho medo de nada nem de ninguém. Mas a perseguição e o medo medram precisamente com exercícios negacionistas e desconstrutivistas como o patenteado nesta tua posta nada maricas, mas invisual!
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De Will Parry a 10.02.2009 às 02:05

Ah, mas eu faço questão de comentar o texto dessa pessoa. Amigo, eu acabo de ler o teu texto no exato momento em que acabo de escrever um que trata do mesmo problema, mas meu maior inimigo é outro.

Eu também me irrito com o exceço de medo deste nosso povo, mas já começo a localizar a origem disto. Pense no seguinte: uma floresta existe a milhões, bilhões de anos; a humanidade existe há cerca de uns 4 milhões; a presença humana na referida floresta, há alguns milhares; a civilização ao redor há uns 500 anos. Diariamente centenas de pessoas fazem trilha na floresta em questão. A televisão não faz sequer 1 comentário sobre as árvores, as flores, os animais ou o bem estar pelo qual aquelas pessoas saíram daquela mata depois de um contato com a natureza. No entanto, certo dia, uma mulher é estuprada por um cara nessa floresta. A mídia corre para o local, urubus que são. Noticiam da forma mais sensacionalista possível. Os milhões de brasileiros de alma obesa vêem aquilo e sorridentes acham que conseguiram a justificação para suas vidas medíocres. Trancafiados dentro de suas casas, comodistas, engordando seus corpos e envelhecendo seus espíritos diariamente, feito frangos de granja, eles anunciam aos 4 ventos aqueles velhos chavões que eu já to cansado de ouvir: "o mundo é miserável", "o homem é mau por natureza", "isto é falta de Deus", "esta geração é perdida", etc.
Uma única mulher e um único estuprador! Um único dia, dentre milhões que aquela floresta já viveu. Suficiente para que milhões acreditem que aquela floresta é o lar de uma boa dezenas de "homens perturbados que estupram mulheres indefesas". E então uma geração de crianças é criada distante das trilhas.
A mesma geração de crianças também é criada dentro de casa porque a televisão convenceu esse bando de burros de que em cada rua acontece um milhão de crimes por hora. A mesma geração, raramente pode ir à praia porque a televisão convenceu os pais de que as ondas já mataram centenas.

Amigo, eu te digo: somos uma geração de homens e mulheres criados feito codornas: presos, sendo cevados diariamente para sofremos alguma forma de abate depois. Nossa vida é uma grande masturbação: imaginamos grandes prazeres que nascem, crescem e morrem apenas em nossas imaginações sem que os vivamos na realidade porque morremos de medo do que há do outro lado dos nossos portões.

Eu digo a você, meu amigo: você está de parabéns pelo que escreveu. Se eu puder acrescentar algo, digo: o problema todo é que uma população que não teve acesso à crítica, teve acesso à tecnologia.

O resultado você já sabe: frangos de abate, nada mais! Os mesmos que diariamente dizem que "o Brasil é um galinheiro".
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De Ana a 10.02.2009 às 12:32

Este foi o post mais imbecil e insensível de toda a carreira de FJV . Habituado a viver entre os salões da socialite e nas altas esferas da intelectualidade, FJV não veste as camisas baratas produzidas por uma fabriqueta do vale do Ave, onde se despedem pessoas só porque o patrão não gosta do penteado. A FJV nunca faltou o pão para os filhos nem para pagar a bons médicos de clínicas privadas ou para a conta da farmácia.
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Este foi o post mais imbecil e insensível de toda a carreira de FJV . Habituado a viver entre os salões da socialite e nas altas esferas da intelectualidade, FJV não veste as camisas baratas produzidas por uma fabriqueta do vale do Ave, onde se despedem pessoas só porque o patrão não gosta do penteado. A FJV nunca faltou o pão para os filhos nem para pagar a bons médicos de clínicas privadas ou para a conta da farmácia. <BR class=incorrect name="incorrect" <a>FJV</A> é arrogante, vive afogado no caviar a arrotar atoardas contra os mais pobres, que sofrem silenciosamente. Sim, em silêncio, porque falar lhes custa o pão e a vida. <BR>Isto não é uma fábula. É a realidade deste país para quem quiser abrir os olhos.
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De Draguinho a 10.02.2009 às 19:31

A Ana viu o tiro no alvo errado...
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De a presença das formigas a 10.02.2009 às 14:56

Boa malha, Ana. No tempo da ditadura havia quem falasse "alto e bom som", e alguns são os mesmos que hoje ainda não perderam o pio.
Agora é a vez do FJV falar com "dignidade e voz à altura". Não tem nada para nos dizer, a não ser essa conversa da treta?
Ou não fala porque não lhe convém? Cá para mim é o que acontece a muitos dos que se diz terem medo.
Aristes
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De Mónica a 11.02.2009 às 10:41

esse medo é, basicamente, o medo de não ter tudo: estar como devemos, como queremos e de bem com o mundo. a verdade e a verticalidade sempre tiveram um preço: por vezes muitíssimo alto, e ainda assim houve quem estivesse disposto a pagá-lo ("e no entanto ela move-se"); outras vezes apenas um preço, menos um cargo, menos um sorriso, mais uma solidão.

estou consigo FJV.
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De Madalena a 11.02.2009 às 15:20

"Um povo imbecilizado e resignado,
humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo,
burro de carga,
besta de nora,
aguentando pauladas,
sacos de vergonhas,
feixes de misérias,
sem uma rebelião,
um mostrar de dentes,
a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas
é capaz de sacudir as moscas...

(Guerra Junqueiro, in Pátria")
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De Mario Claudio a 11.02.2009 às 18:32

Querem melhor exemplo de homem sem medo do que o do nosso primeiro ministro? Ele é coragem por todos os poros!!
Pelo menos é o que todos dizem. Mas eu pergunto: de que ele pode ter medo? O que tem ele a perder? O emprego? O pão? O abrigo? Nada!! O máximo a que ele se arrisca é a uma reforma dourada e a um belo tacho numa grande empresa ou num organismo internacional, como os predecessores.
Ter medo é natural para quem tem fome! Quem fala de barriga cheia não sabe do que fala.
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De pedro oliveira a 11.02.2009 às 23:10

«Medo? Não me lixem. Se têm medo, falem.»

O então casem uns com os outros.
O PS parece que está a preparar legislação para se casarem uns com os outros e continuarem calados, caladinhos como diria o grande O' Neill a propósito do respeito, respeitinho.
Enfim mariquinhas com muito respeitinho e caladinhos...
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De OLP a 12.02.2009 às 11:35

A Ana dos penteados apenas abriu os olhos agora?
Não come caviar nem frequenta salões nem veste camisas das fabriquetas.
Só abriu os olhos e contrapõe o medo com o medo.
Convirá que, até de olhos fechados, que medos no poder político darão mais razão a que proliferem os tais medos de penteados.

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