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O problema é este: a indústria jornalística da corrupção é tão produtiva que não sabemos distinguir uma suspeita de uma investigação real. Habituámo-nos a ambas, às suspeitas e às investigações – e não damos grande crédito a qualquer delas, porque os resultados são mínimos. Isto é mau para a democracia, ou seja, para a sanidade da República. Daqui a alguns anos, por este caminho, uma suspeita há-de ser suficiente para se armar um escândalo público; e uma investigação judicial há-de ser tão desvalorizada como um golo num estádio português diante de um árbitro medíocre. Portugal habituou-se a viver no meio da falta de credibilidade nos negócios, na política, na justiça. A palavra de ordem, num país onde o carácter e a aldrabice não conhecem fronteiras, é «desconfiar sempre».
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