Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



Sal e outras coisas.

por FJV, em 13.01.09

Se os deputados querem fazer-nos bem à saúde, preparando-se para ocupar algum do seu nobre tempo a legislar sobre a quantidade de sal que um pão deve levar, proponho que se estabeleça uma lista de coisas que nos fazem mal e que é necessário corrigir quanto antes – para que a sociedade seja mais perfeita e as pessoas mais saudáveis, sem insónias nem otites ou joanetes, para que as nossas refeições sejam um exemplo para a humanidade e até para que os deputados demasiado saudáveis não sejam tão feios, mas isso é um pormenor.

 

A Helena Matos já falou dos saltos dos sapatos.

Autoria e outros dados (tags, etc)


48 comentários

Sem imagem de perfil

De Ana Cristina Leonardo a 13.01.2009 às 13:50

e sobre a estupidez, que nos faz tanto mal?
Imagem de perfil

De texticulos a 13.01.2009 às 14:10

Que tal desalinizar também o peixe!?
Sem imagem de perfil

De Devagar, devagarinho, parado a 13.01.2009 às 15:20

Há-de chegar a vez de legislar sobre a incompetência política, vai ser a forma de eu me cagar a rir, proeza que até agora ainda não consegui realizar.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 13.01.2009 às 16:31

É assim mesmo, FJV! Mas eu acho que chega tarde. Que tal fazer agora uma campanha rectroativa contra as limitações que o Estado impôe desde há muito aos aditivos na alimentação, etc, etc, essa coisa de nos quererem saudáveis á força? Eu acho que é uma afronta e que limita muito a nossa autonomia, liberdade de troca de bens, etc, etc. Que tal, ó FJV? Vamos dizer ao Estado que se meta na sua vida, que nós e o produtor de chouriços mais o padeiro nos entendemos todos, heim?

Pedro
Imagem de perfil

De tudoanorte a 13.01.2009 às 18:42

DEVERES DOS DOENTES
1. O doente tem o dever de zelar pelo seu estado de saúde. Isto significa que deve procurar garantir o mais completo restabelecimento e também participar na promoção da própria saúde e da comunidade em que vive.
in Carta dos Dieitos e Deveres dos doentes.
Parece-me que é bem claro que todos somos responsáveis pela nossa saúde e o poder político tem que permitir que o possamos ser
Sem imagem de perfil

De o puma a 13.01.2009 às 22:15


Pelos vistos estupidamente

querem manter o eleitorado

Sem imagem de perfil

De João André a 14.01.2009 às 09:02

Mas o Estado não tem o dever de zelar pela saúde pública? Deveria deixar de haver controlo sobre a qualidade da água, por exemplo? Ou deveria deixar de haver problemas com a existência de bactérias na carne? Porque razão nos preocupamos com dioxinas então?

Não deveria ser tudo deixado ao Deus-dará? Cada um que escolhesse a sua forma de estar. Deixemos o mercado trabalhar então. É isso?
Sem imagem de perfil

De john a 14.01.2009 às 12:39

Não.

Há critérios mínimos de qualidade que têm de ser assegurados. Como as bactérias da carne, por exemplo. O sal é claramente um exagero. Se as bactérias afectam a esmagadora maioria das pessoas, o mesmo não acontece com o sal. Olhe, eu como imenso pão, tempero bastante a comida que faço (ou vou comer a sítios onde a comida seja bem temperada), e não sou hipertenso. Aliás, a minha alimentação "normal" deveria fazer o meu colesterol andar na estratosfera e... é baixinho.

Ninguém no seu perfeito juízo se opõe ao fabrico de pão com menos sal. Mas eu - e outros, como e bom de ver - oponho-me a ter um Estado que quer decidir por mim o que me faz bem. Desculpe lá qualquer coisinha, mas quero continuar a comer pão alentejano lá da padeira do sítio, com chouriço feito pelos meus pais na matança do porco - que não é morto num matadouro, nem os chouriços são feitos com processos industriais e completamente higienizados. A responsabilidade é minha. Pode ser?
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 14.01.2009 às 16:37

Perfeitamente lógico. O que não faz mal ao John , está bem como está. Se ele até "deveria" ter colesterol e não tem... Há gajos que até "deveriam" morrer de cancro com as dioxinas e não morrem. Porquê, então, limitar as dioxinas?

caramelo
Sem imagem de perfil

De john a 15.01.2009 às 01:04

Nop.

Organismos diferentes reagem de formas diferentes a estímulos semelhantes. Não tenho colesterol, logo, posso comer algumas coisas sem preocupações de maior. Não sou hipertenso, portanto o sal no pão não me faz mal. Quem tiver esses - e outros -problemas de saúde terá de ter cuidado com algumas coisas. Como eu tenho de ter cuidado com alergias, por exemplo.

No entanto, eu posso optar por não ter cuidado com as alergias, e nunca limpar o pó do meu quarto. Tal como alguém com colesterol elevado pode optar por comer alimentos que lhe façam mal. Mais do que isso: temos o direito de o fazer. E de pagar o preço dessa escolha.

A isso, se bem me lembr, chama-se "responsabilidade". Quero escolher fazer o estilo de vida que bem entender, desde que isso não prejudique terceiros. Tal como um hipertenso tem todo o direito a conseguir obter produtos alimentares que não lhe façam mal. Só não acho que isso tenha de ser imposto por decreto.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 15.01.2009 às 16:51

Pois, é o metabolismo, John. Olha, ainda no outro dia vi um gajo na televisão que metaboliza pregos, na boa. Ora, eu apesar disso quero que os senhores fiscais me protejam de pregos no pão. Nem que seja simples limalha de ferro, com que o outro gajo é capaz de temperar o café da manhã...

caramelo
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 14.01.2009 às 10:10

Parece que há uma indignação geral por aí com a limitação do sal no pão. Parece que é uma afronta á liberdade individual. O FJV está muito indignado. O que eu digo é que isto daria uma reportagem catita para sair no The Onion. Poderiam entrevistar o FJV, sei lá.

Eu, pessoalmente, acho que um pais em que há pessoas que se indignam com isto é um país felicissimo.

caramelo
Sem imagem de perfil

De Sim, agora percebo a 14.01.2009 às 11:20

Caramelo, tens toda a razão.
Um gajo - e esse gajo pode perfeitamente ser o Viegas, se não for preguiçoso - pode chegar a casa e afogar o pão em sal.
Em casa ou até na própria padaria, ninguém o proíbe, ainda.
Ou fumar quinhentos cigarros e duzentos charutos.
Ou beber uma cisterna de bagacinho caseirinho e geladinho. À vista de todos.
Portanto, isto de afronta à liberdade individual é um erro de interpretação, é mania da perseguição, o Viegas vive dentro de uma ficção policial.

Sem imagem de perfil

De António Sousa Leite a 18.01.2009 às 11:57

a questão está em que o sal posto depois fica pior distribuído e, portanto, ainda é pior para a hipertensão. eu bem sei o que é que aconteceu cá em casa quando a minha mãe diminuiu a quantidade de sal. passei a por uma pipa de sal no almoço depois de pronto.

portanto, além da afronta à liberdade é também pior a emenda que o soneto
Imagem de perfil

De FJV a 15.01.2009 às 15:04

Anóniomo, eu não estou indignado. Pus o assunto à discussão; repare nas tags. Tenho dúvidas.
Sem imagem de perfil

De OLP a 14.01.2009 às 10:19

E o sol?
Não se legisla sobre o próprio ou pelo menos sobre a quantidade que se pode apanhar?
Concessionários das praias se deixarem mais de cinco minutos entre as 11 e as 4 da tarde qualquer veraneante a apanhar sol.... 10.000 euros de multa!
Sem imagem de perfil

De Harry Lime a 14.01.2009 às 11:12

O Hitler era vegetariano...

Comentar post


Pág. 1/3



Ligações diretas

Os livros
No Twitter
Quetzal Editores
Crónicas impressas
Blog O Mar em Casablanca


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.