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Vejamos. Portugal não é diferente dos outros países em matéria de excesso de palavrório. Mas é uma pena que, no meio de tanto discurso, declaração, comissão parlamentar de inquérito, audições e audiências, se percam às vezes coisas que valia a pena reter. António Ribeiro Ferreira fala do assunto na sua crónica de ontem, no CM. Por exemplo, o Procurador-Geral da República afirmou no Parlamento que o senhor Governador do Banco de Portugal foi alertado para uma grande fraude internacional que envolvia o BPN. Quando? Há quatro anos. Devia o BP estar de sobreaviso? Sim. Esteve? Não. O Procurador disse também que não tem meios para investigar crimes de corrupção. Ao ouvir isto, os deputados o que fizeram? Peocuparam-se? Não. Mas devem estar a nomear uma comissão de inquérito.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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