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O Espírito das Leis.

por FJV, em 04.12.08

O que pede o Ministério da Educação? Que se cumpra a lei sobre “a avaliação”. Quem fez a lei? O governo e a sua maioria. A quem se dirige a lei? Aos professores. Os professores concordam com a lei? Não. É possível aplicar uma lei quando aqueles a quem ela se dirige não querem a sua aplicação? Não. Este imbróglio diz respeito a todas as leis, ou seja, ao “espírito das leis”, de que falava Montesquieu. Há quem pense que basta redigir uma lei para que a lei se cumpra; seria fácil, a um punhado de “pessoas esclarecidas”, passar um ano a produzir leis e três anos a mandar executá-las, fechando um ciclo eleitoral. Infelizmente, as leis dirigem-se a pessoas concretas que vivem em condições concretas, nem sempre as desejáveis. As “pessoas esclarecidas” às vezes não vêem isto.

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32 comentários

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De Bruno Vieira a 04.12.2008 às 19:41

Ah se o seu problema era a simplificação do processo, então está resolvido, não? Podemos contar sempre com a imaginação dos professores para encontrar novas e variadas razões para tudo ficar na mesma... O facto de conviverem muito com crianças não dá direito aos professores de se comportarem como eles.

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De juliamar a 04.12.2008 às 20:08

Caro Bruno, é verdade que sou professora há 24 anos. Sou-o por opção e, sobretudo, por paixão. Protesto, porque não me revejo na imagem que o ministério vende dos professores. Protesto, porque acredito no ensino público. Protesto, porque, mesmo sem este famigerado sistema de avaliação, sempre fiz o melhor que pude para promover o sucesso genuíno dos alunos (não o fabricado). Protesto e continuarei a protestar. Fui às manifestações e ontem fiz greve. Mas, hoje, estou de saída, porque eu e outros professores que também fizeram greve e protestam vamos levar os nossos alunos ao cinema. Fora das horas de aulas, à noite. Com prejuízo do nosso descanso. Porque são alunos do 12º ano e estão a estudar a obra de José Saramago. Garanto-lhe: não há sistema de avaliação que nos obrigue a isto.
Boa noite
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De VITOR a 10.12.2008 às 15:48

Fazer o melhor que se pode nem sempre é suficiente para se ter um excelente, e de certo que o seu melhor não é igual ao melhor de outros colegas seus. Aqui no escritório onde trabalho grande parte de nós faz o melhor que pode, mas isso não significa que todos produzimos por igual. o Nelson Évora salta mais na brincadeira do que eu a dar o meu máximo.
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De Massa Mansa a 12.12.2008 às 08:00

Os Professores são os sofistas do nosso tempo, porque a sofistica da avaliação que fazem aos alunos resolve sumariamente as questões dos critérios e da legitimidade dos avaliadores, ou seja, eles são única e exclusivamente a medida de todas as coisas e não admitem opiniões contrárias. E evitam acima de tudo que se coloque a pergunta: quem avalia os avaliadores?


E se os alunos reagissem com manifestações diárias à avaliação a que são sujeitos nas escolas, como é que reagiriam os professores?

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