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O ‘caso Esmeralda’ não é folclore. Convém, para pessoas sensíveis e cosmopolitas, pensar que o drama de uma criança dividida por duas famílias é apenas uma coisa provinciana e pouco digna de figurar nas páginas dos jornais – quanto mais da nossa vida. Mas acontece que os tempos modernos não são apenas uma metáfora para nos mostrarmos mais luminosos e agradáveis. Com eles vêm as famílias monoparentais, pluriparentais ou o que quiserem – e novas formas de manifestar em público o afecto que nasce em privado. A história do nascimento de Esmeralda tem a ver com tudo isso e com uma soma de decisões judiciais que acabam por ser contraditórias ou discutíveis, quando pretendiam fazer justiça a todo o custo. Não há justiça nestes casos. Há apenas o sentimento do irremediável.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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