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Chumbos.

por FJV, em 31.10.08

O Conselho Nacional da Educação vem propor que acabem os chumbos até ao 9.º ano – é uma medida e tanto, que o Sr. Secretário de Estado Valter Lemos festeja com as mãos ambas, uma vez que parece ser ele o encarregado de velar pelas estatísticas. Acho que o Sr. Secretário Lemos está a ser modesto em matéria de “mecanismos de alternativa a chumbos”. Defendo que, na hora do baptismo, perdão, no registo civil, seja atribuído logo o 9.º ano a cada pequeno cidadão. Assim, evitam-se logo os chumbos. Parece, além do mais, que o chumbo é visto como uma tentativa de responsabilizar os alunos e os pais, o que – no entender do Sr. Secretário Lemos e do sempre espantoso Albino Almeida, da confederação dos paizinhos – não pode acontecer. Sim, de facto, onde é que isto se viu? Na Finlândia?

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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7 comentários

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De Sem educação a 31.10.2008 às 22:46

"Ai, as calcinhas que o meu pai tem"!!!
Já hoje falei de 'escola' noutro blogue e isto realmente já passou os limites do compreensivel. Então um professor é coagido a passar um aluno que não atinge níveis para o fazer e, para além de ser éticamente e profissionalmente condenável, como é que é nos anos seguintes? E como é que se falsificam as notas/aproveitamento de um aluno que não sendo reprovado, está efectivamente nessa situação? Ah, já percebi: isto agora o que é tanto é como não é. Tem dias. Depende.
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De José Leandro a 31.10.2008 às 22:52

Eu pediria ao Inspector Jaime Ramos que fosse investigar. Ele até que deveria gostar de regressar a Lisboa. Pelo meio dava um " tirito " longo num Beldina, e espreitava o que se passa pelo Conselho Nacional da Educação. Se no seu relatório viesse a conclusão de que se está perante " imbecis " não me admiraria nada. A meio do regresso iria ao seu encontro, é que tenho um recado urgente para as gentes do nosso Porto.
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De Sem educação e baralhada a 31.10.2008 às 23:09

Mas não é possível seguir determinadas linhas e estratégias e aplicá-las uns anos a fio para ver se resultam e se, embora com falhas, se evolui para alguma coisa normal e positiva? O pessoal já não está vocacionado nem com apetência para os estudos e perante este mar de experimentações, o que fazer? Cada vez menos. Os moços. Porque os professores/educadores fazem cada vez mais relatórios, projectos, implementação do projecto ,avaliação da implementação do projecto, reuniões, um rol de coisas escritas. Avaliações dos alunos, auto-avaliação, avaliação da instituição. Tanto papel e tão pouca árvore.
Concluindo: ISTO É O QUÊ?
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De dlim!dlim! a 31.10.2008 às 23:39

Excelent post.
Vivemos num país onde em cada canto se vê um rei nu.
Com esta atitude de impotência nos chumbos, conseguiu-se atingir o absurdo, violentar os objectivos e prostituir as bases de todo e qualquer sistema de educação.
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De Joaquim Moreira a 01.11.2008 às 17:34

olá
Eu entendo que se devia alargar até ao 12º ano (inclusive),mas com uma nuance: os professores atribuíam a nota real (na escala de 1 a 20 ou de 1 a 5, conforme os casos), aparecendo a relação de notas obtidas no certificado final do 12º ano. Assim, os alunos podiam "transitar" (tenho de empregar os temos pedagogicamente institucionalizados por este ensino todo errado) com uma, duas... oito ou nove notas (ou níveis, já não sei) negativas. Deste modo, todos ficavam contentes: o Governo, a Ministra, os encarregados de educação, a escola, os alunos, os professores, os objectivos, as grelhas, as pautas,etc .
Cumprimentos
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olá <BR>Eu entendo que se devia alargar até ao 12º ano (inclusive),mas com uma nuance: os professores atribuíam a nota real (na escala de 1 a 20 ou de 1 a 5, conforme os casos), aparecendo a relação de notas obtidas no certificado final do 12º ano. Assim, os alunos podiam "transitar" (tenho de empregar os temos pedagogicamente institucionalizados por este ensino todo errado) com uma, duas... oito ou nove notas (ou níveis, já não sei) negativas. Deste modo, todos ficavam contentes: o Governo, a Ministra, os encarregados de educação, a escola, os alunos, os professores, os objectivos, as grelhas, as pautas,etc . <BR>Cumprimentos <BR class=incorrect name="incorrect" <a>JM</A>
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De Gosto muito de você Doutorzinho a 01.11.2008 às 20:03

À força do incrível alcance dos peidagogos de serviço, ainda vou acabar em doutor contra a minha vontade.
Foda-se, pensei que dessa merda me iria livrar, mas a condenação insinuar-se, insinua-se que até poderei chegar a primeiro ministro, não vão instruir-me à força, isso não, deus os livre, mas vão enfiar-me um diploma por um buraco escuro acima.

Isto é em todos os muitos e fantásticos sentidos um país do caralho.

Vivam os peida-peida-peida-gogos dos gabinetes da Alice no País das Maravilhas, onde as drogas são o mais preciosos os instrumentos de trabalho.

Senhoras e senhores, desculpem-me a gramática.

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De Aurora a 12.11.2008 às 15:23

Provavelmente o mercado de trabalho vai ter de se organizar para validar a formação de qualquer candidato a um posto de trabalho, para não correr o risco de admitir um engenheiro que soletre o manual de intruções...
Entretanto mais umas gerações de portugueses são alegremente trituradas.
Fazer o quê?
Atentados à bomba?
Inscrever-se num partido?
Não é quase a mesma coisa?

Aos professores sugiro o óbvio: tirem esse pauzinho na engrenagem chamado sindicatos. Organizem-se.
Resistência passiva.
Como o outro.
O da Índia.

Olá Francisco, lembra-se quando lhe emprestei o livro do Nabokov em Évora? Foi só em 1987. Ontem portanto.

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