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O cantinho do hooligan. Foi assim.

por FJV, em 05.10.08

 

Foi assim, e sem saber ler nem escrever. Imagina que começam a jogar mesmo.

 

 

Quanto ao resto, homenagem a Bruno Alves (também podia ser a Nuno Espírito Santo), que tem preenchido o vazio que existia no FC Porto em matéria de bolas paradas. Antes de também lhe ser destinado esse papel, escrevi para o Diário de Notícias um texto sobre ele:

 

«Na economia geral do relvado, Bruno Alves não se distingue pela elegância – que é um traço só permitido a quem não tem de suportar as investidas das hostes para entrar na área. Aí, é necessária a exposição desmedida e brutal, uma brava capacidade de resistir de frente, a malícia dos peões que não temem o confronto com a morte. Bruno Alves é tudo isso, e mais – com o pormenor de olhar para o resto do campo e de saber colocar a bola nos extremos, ou à cabeceira, onde o ponta-de-lança estava prestes a sucumbir. O que são, salvo erro, várias vantagens reunidas; a primeira delas é a de garantir a tranquilidade do espectador (não é o que dizem os adversários, claro); a segunda é a de garantir que, por aquele lado caído para a linha esquerda, ele desenha um passe quase perfeito; a terceira não estava ainda mencionada: o seu golpe de cabeça, por exemplo, sobrevoando os dilectos adversários – os da defesa contrária – até encontrar a marca da baliza, aquela profundidade sem nome. [...] Bruno Alves sabe o significado da expressão «tirar desforra», conhece o doce sabor da pequena maldade, é um guerreiro. Jorge Costa sabia cercar os seus adversários, atraindo-os ao seu campo. Bruno seguiu-lhe o caminho mas é um herói solitário – o seu sorriso é difícil, sofrido, raro. Mas, quando o mostra, vê-se nele a explosão de um poder raro que os psicólogos tiveram de moderar: ele vê o futebol como uma posse, um acto de valentia, uma humilhação do adversário. E então lança-lhe aquele mau-olhado que perdura durante os minutos que ainda há para jogar. É isto Bruno Alves. O nosso.»

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9 comentários

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De jcb a 06.10.2008 às 00:57

O meu Sporting mostrou-se uma equipa sem brilho. Três avançados a atrapalhar-se e ninguém nos flancos. Não merecia ganhar. Mas, enfim, também gostei do Tomás Costa: nem sei porque substituíram o homem: sabe dar lenha...
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De Phila a 06.10.2008 às 02:16

Belíssimo sobre o Bruno Alves. É de mestre.Parab
êns.
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De João Santos a 06.10.2008 às 03:45

FJ Viegas,
Gostei sobretudo do delicioso ''doce sabor da pequena maldade''.
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De Harry Lime a 06.10.2008 às 10:36

FJV,

O Bruno Alves é um caceteiro da pior especie... mas isto é o ponto de vista de um adversário:):):):)

E sejamos francos: o segundo golo do Porto é um frango do Rui Patricio. O livre à barra é uma bola mal chutada, como tal não conta.
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De nuno ferreira a 07.10.2008 às 01:53

Sejamos francos mesmos: Foi um grande golo do Bruno Alves e naquele livre na segunda parte o Patrício não a via. O Bruno às vezes tem sido caceteiro mas contra o Sporting foi o grande responsável pela vitória. E o bigodinho do homem, já repararam? À actor mexicano...
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De jpt a 07.10.2008 às 02:52

Belo elogio. Merecido, diga-se, apesar da camisola ostentada.
Concordo com o comentário acima: 1- frango; 2- bola mal chutada
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De ibag a 07.10.2008 às 04:09

sou benfiquista mas, sim ele tem a raça que tanta falta a uma equipa...
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De susana a 07.10.2008 às 11:20

grande Bruno Alves, acho que continuar a vê-lo como caceteiro (como alguns apregoam) é um exercício de pura maldade.


Francisco,
Não sei se teve a infelicidade de ler esta mixórdia de letras que a seguir lhe apresento:

“(….)Ufffff! – suspiro enfim de alívio ao olhar para a manchete de ontem de Record. De facto, “Digno de Reyes” aplica-se perfeitamente ao jogo do Benfica, com o avançado espanhol a repetir a proeza de quatro dias antes, frente ao Sporting, e Nuno Gomes a confirmar, na execução superior de um golpe de cabeça, que está de volta aos seus melhores dias. (…) E pensar que nos debatemos aqui (no Record), nos últimos anos, com a necessidade comercial de “pisar o risco”, incensando na 1.ª página vitórias tangenciais e exibições medíocres, do género “Águias voam alto” ou “Aí está o Benfica!”, tantas vezes quando o “alto” era baixo como o Colombo ou o “Benfica” que se exaltava nada tinha do Benfica que conhecíamos e que parece estar agora de volta. Será que já não precisaremos mais, não de mentir, mas de dar à verdade um embrulho de ouro para material de pechisbeque? Em nome de Record, agradeço os bons ofícios de D. Enrique Sánchez Flores.”

Data: Sabado, 4 Outubro de 2008 - 17:59
Alexandre Pais, Director do Record

http://www.record.pt/noticia.asp?id=806924&idCanal=124

é isto digno de alguém que se assina como director de um jornal (ainda que o mesmo não passe de um pasquim)?
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De Hugo a 08.10.2008 às 05:23

Belíssimo texto sobre o Bruno Alves. Que evolução teve ele desde aquela cabeçada ao Nuno Gomes

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