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Ricardo Quaresma não é apenas um jogador do FC Porto – ele é um artista no meio do futebol de régua e esquadro que os burocratas querem promover a todo o custo. Inconstante, extravagante, mau-feitio – e muito perto do talento puro, o do bandoleiro que de repente começa a dançar no meio do relvado e consegue passes estranhos, trivelas fantásticas. Esse mau-feitio prejudica-o, tal como a ambição fora de tempo. Nada disso o impede de figurar no quadro de honra. Jogadores como ele sentem-se bem no palco da tragédia, que é o do jogo de vida e morte. É um prazer vê-lo jogar; basta dar-lhe um mínimo de confiança. No flamenco, ele é um bailador que também canta, ora a solo, ora em coro mesmo quando desobedece. Vê-lo escondido, no balneário, de castigo – é um desaforo que não mereço.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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