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Poemas perdidos. Bernardo Pinto de Almeida

por FJV, em 23.07.08

 

Falamos das coisas e elas acontecem

por isso ciciamos o que nos pede o corpo

não são as coisas só aquilo que dizemos

nossas pobres palavras não as dizem inteiras?

As palavras são coisas, extremas, luminosas,

quando tu dizes porta, há uma porta que se abre

quando tu dizes sexo, há um amor que se cumpre

não sabemos sequer o poder das palavras

nem o poder das coisas nem o poder dos rostos.

As coisas são palavras feridas pela morte

são agulhas finíssimas que trespassam a noite

os teus lábios dizem coisas os teus lábios cintilam

por eles fala o mundo, por eles se faz o oiro

pois o mundo acontece sempre que o pronuncias.

 

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4 comentários

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De Anónimo a 23.07.2008 às 01:34

Às vezes os poemas são assim, científicos, a verdade exacta.
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De henedina a 24.07.2008 às 00:30

"Falamos das coisas e elas acontecem"
Também não é bem assim, há um livro parvo que nunca lerei que dizem que diz isto.
Então eu vou ter Alzeimer e cancro da mama. Falamos do que tememos e isso acontece?

Então falarei do que desejo e isso vai acontecer?
Poesia. Literatura.

"quando tu dizes sexo, há um amor que se cumpre"
Sem dúvida, é como o bater das asas da borboleta.
"quando tu dizes sexo" (algures no mundo há um amor que se cumpre). :)

Mas se as palavras tem esta força cuidado ao usa-las, e se eu fosse inteligente, a escreve-las.



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De Mónica a 24.07.2008 às 22:50

serviço público, do melhor, trazer-nos as pérolas que encontra no seu caminho. obrigada
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De fhila a 25.07.2008 às 00:08

O Bernardo é um tipo fixe.No Porto há assim uns tipos especiais.Força ...e um abraço.

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