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Choque tecnológico.

por FJV, em 18.07.08

Há dias, o ministro da Cultura prometeu que iria digitalizar todo o espólio de Jorge de Sena para que fique “ao alcance de todos os portugueses”. Há semelhantes propostas em relação ao espólio de Fernando Pessoa, evidentemente. Em breve alguém prometerá a digitalização do espólio de Teixeira de Pascoaes, de Vitorino Nemésio ou de Vergílio Ferreira. A febre digitalizadora promete ser democrática e vital para a cultura portuguesa – mas não é. Na verdade, Sena continua a ser ignorado enquanto autor impresso e Pascoaes, Nemésio ou Vergílio afastados da escola secundária. O ‘choque tecnológico’ pode disponibilizar os papéis dos escritores, antes apenas acessíveis aos investigadores e estudiosos – mas não providencia nem mais leitores nem mais leitura. É a tentação dos novos-ricos.

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22 comentários

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De baudolino a 18.07.2008 às 18:50

num breve exercício de memória, vejamos quais as obras literárias que lembro de ter estudado no secundário, na décade de 80: Eurico o presbítero (Alexandre Herculano); Viagens na minha terra (Almeida Garrett); Amor de Perdição (Camilo Castelo Branco); Os maias (Eça de Queirós); Sonetos (Antero de Quental); Os lusíadas (Luís de Camões); Autos das barcas, Quem tem farelos, Farsa de Inês Pereira (Gil Vicente); lírica trovadoresca; Uma família inglesa (Júlio Dinis); Frei Luís de Sousa (Almeida Garrett); O sermão da sexagésima (Pe António Vieira); O judeu (António José da Silva); A castro (António Ferreira)... e não me lembro de mais nenhum... agora que textos trabalham os gaiatos do secundário?
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De Renato a 21.07.2008 às 12:24

Não se esqueçam da "Crónica dos Bons Malandros", do Mário Zambujal, que estudei por volta do 7.º ou 8.º ano e da "Peregrinação", do Fernão Mendes Pinto. A propósito, quando li "Eurico, o Presbítero" fascinei-me tanto com o dito romance histórico que a seguir devorei vários Walter Scot. É para isto que deve servir o Português, despertar as imberbes mentes para a Literatura, para a imaginação e para a efabulação.

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