Hoje no noticiário da hora do almoço de um canal de televisão (já nem sei bem qual era), o jornalista de serviço comentava a efeméride fazendo um roteiro das muitas casas de Lisboa que o Poeta habitou. Depois interveio uma funcionária da Casa Fernando Pessoa que referiu o seu amor pela cidade e as deambulações que por ela fazia. A conclusão da peça jornalística foi extraordinária. Uma tirada do género: " E assim, depois de uma vida de boémia, faleceu aos tantos anos, etc. etc." Chamo a atenção para a "vida de boémia". É duro ouvir dislates deste jaez em relação a um escritor e filósofo que toda a vida estudou, pensou e trabalhou arduamente. Poderemos considerá-lo boémio por ter frequentado o Martinho e bebido uns copos no Abel? Valha-nos Deus, se é que pode.