Ceder não é mau. Mas quem vai pagar?
O governo cedeu aos camionistas e ao ‘sector dos transportes’. Também está lá para isso, mas convém que os cidadãos (eu, o leitor) façam contas e se detenham na análise do tratado de acordo. Em primeiro lugar, o governo negociou em nome das concessionárias de auto-estradas, o que significa que vamos pagar-lhes. Nós. Depois, o governo indicou um benefício fiscal de 20% para as despesas de combustível. Significa que vamos pagar. Nós. O que é estranho porque os preços dos transportes estarão indexados aos combustíveis. Finalmente, coroa de glória, os clientes dos transportes vão passar a ter que pagar num máximo de 30 dias – coisa que o governo e o Estado não fazem. Vamos pagar. Nós. Assim, também eu negociava e não me importava de ceder – com o dinheiro dos outros. Nosso.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
E voltamos à história das portagens.
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6 comentários
De RPF a 13.06.2008 às 02:27
Quanto á questão das portagens não comento porque não percebi como foi efectuada, i.e. são as concessionárias que suportam )à custa de quê e como) ou é a Sociedade que suporta pagando o diferencial às concessionárias?
Quanto à questão dos 20%, tinha entendido que era uma abatimento sobre o valor do IRC o que me deixa descansado porque cerca de 60% das empresas não declara IRC (nem entendo porquê) e como não vejo que este sector seja diferente da média nacional não vai haver efectivamente nenhuma quebra de receitas, porque já não havia receita.
De FJV a 13.06.2008 às 15:54
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