De AG a 11.06.2008 às 19:59
Toda esta situação pode constituir exemplo de várias questões a considerar de futuro, até porque, se preparam eventos semelhantes para vários jardins de Lisboa.
1. Há espaços públicos, e espaços públicos. Este jardim em concreto, é um jardim pequeno, utilizado por moradores e não moradores, mas que em nada se assemelha ao jardim, por exemplo do Campo Grande, ou mesmo da Estrela. Dadas as suas dimutas dimensões, qualquer evento deste tipo exige que a Praça seja vedada - impedindo a livre circulação dos moradores - que todo o espaço seja retirado aos utentes, que qualquer instalação de som, e asua propagação, sejam impossíveis de limitar ao espaço, afectando portanto os moradores todas as noites, das 17h00 às 01h00, sem que lhes seja possível optar por NÃO ouvir.
2- A decisão desa ocupação, foi feita por despacho, sem que os demais vereadores da CML fossem consultados ou sequer informados.
3- Os moradores tiveram conhecimento do que se preparava, não através da Junta de Freguesia, ou da CML, mas sim do particular que "alugou" o espaço.
4- Os moradores tentaram por todos os meios ao seu alcance, demonstrar o seu descontentamento, sem que os responsáveis na CML pela decisão de negociar este evento, tivessem em consideração as queixas dos moradores.
5- A Junta de Freguesia, informada de que se preparava o evento, deu o se acordo sem o tornar público em edital.
6- As obras de recuperação do jardim exigiam apenas limpeza, pintura e colocação de relva, o que não representa de modo algum os 150.000 euros que a CML irá receber, pelo que, se poderá questionar, como questiono como morador na zona, porque estou eu a pagar com a falta do meu sossego e privação da liberdade de utilização da minha rua, durante mais de 15 dias, outras necessidades de uma autarquia, para a qual já desconto impostos visto morar junto de um jardim?
7- Considerando toda a recente polémica em volta dos combustíveis, da ocupação desenfreada de Lisboa por veículos privados, poderá questionar-se ainda, a decisão de um responsável pelo pelouro do ambiente, de ajudar a promover a venda de mais veículos.
8- Finalmente, toda esta situação poderia e deveria ter sido conduzida de outra forma, até mesmo politicamente, se se tivesse começado por apresentar a questão aos moradores, como exemplo de solução possível, ou não (caso os moradores discordassem), demonstrando uma próximidade e preocupação com quem elege os seus representantes.
Alguém não pensou duas vezes e alguém já devia ter vindo a público, humildemente, reconhecer que errou.