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Latim.

por FJV, em 10.06.08

Em apenas dois anos a frequência das aulas de Latim diminuiu 80%. Este ano há apenas 300 alunos a fazer exame da disciplina, o que é bem pouco. A tendência portuguesa é contrária à dos outros países europeus e americanos, onde os estudos clássicos não baixaram a frequência. Não nos podemos queixar. O secretário de Estado Valter Lemos, uma luminária, diz que os alunos não têm interesse no Latim e que “as políticas educativas” não são culpadas. Está errado, como é seu costume. Basta ver a forma como “as políticas educativas” tratam as Humanidades e como o linguajar dos seus queridos técnicos têm assassinado o Português. A “sociedade” não preza o Latim como não preza o património nem o passado, e está no seu direito. Mas fica mais pobre. É uma notícia para o 10 de Junho.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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22 comentários

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De Snowmass a 10.06.2008 às 15:53

Conheço, porque me procurou e acompanhei anos a fio, quem tenha estudado grego - contra tudo e contra todos, até contra a vontade da escola.
Hoje é alguém com sucesso, vive em Bruxelas, porque a ignorância nessa língua é deveras grande, apesar de ter nascido numa aldeia esquecida.
Após o choro, a depressão, o desespero, obteve-se o "Eldorado" de uma saída profissional que muito ambicionam por via cibernética!
Claro que não passei de um mero apoiante, que hoje não esquece quem teve o arrojo de ser diferente neste país de "formatados", ficando com essa lição, que agora pode servir para esse governante que mencionou!
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De hajapachorra a 10.06.2008 às 16:48

O Sr. Valter mente com quantos caracóis esconde aquele odre de Éolo que traz a encimar tão asinina figura. Um aluno de Ciências Sociais, por exempo, que pretenda ir para Direito e queira aprender Latim não o pode fazer. Porquê? Porque em muitas escolas onde funciona essa área curricular não há o 'curso' de Línguas e Literaturas. Além disso é velha e bem conhecida a resistência das escolas em abrir turmas de Latim. Há espaço para estudo acompanhado, área projecto, educação cívica e outras irrelevâncias mas não há lugar para a aprendizagem de coisas sérias. E o problema não está só na Latim mas em todas as disciplinas humanísticas. Saberá aquela alimária - lamento mas não posso ser tão cortês como o FJV - que os alunos do ensino básico têm uma aula de Francês por semana? Uma aula? Alguém aprende uma língua com uma aula semanal? Estamos entregues a estes miseráveis dilpomados em ciências ocultas, a estes beócios que detestam a gramática, a matemática, o que quer que seja que exija estudo. Estou farto de imbecis que falam da aquisiçaõ de competências, da operacionalização da planificação de unidades didácticas, do conhecimento explícito da língua, da puta que os pariu que não tem cul culpa nenhuma.
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De João a 10.06.2008 às 17:21

Eu queria ter estudado latim, mas o estado do mercado de trabalho "empurra" tudo para as ciências e economias. Talvez quando acabar engenharia possa tira um curso de letras à noite, quem sabe... Até lá vence o auto-didactismo.
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De Manuel a 10.06.2008 às 20:06

Pois se já nem sequer os padres estudam latim.
http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=00258069-3333-3333-3333-000000258069&channelid=00000010-0000-0000-0000-000000000010
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De hajapachorra a 10.06.2008 às 20:57

Está dasactualizado Manuel: os que querem ser padres já estudam latim; os da geração anteror, vítimas da estupidez modernaça é que não estudaram a flor do Lácio, coitados. E também por isso é que...
Para o estimado engº: nas fac. de letras de Lisboa, Coimbra ou do Porto será muito bem recebido.
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De João a 10.06.2008 às 23:19

Estimado hajapachorra: infelizmente o mercado de trabalho não recebe bem os licenciados das faculdades de letras.
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De anonimo a 11.06.2008 às 08:51

Quosque tandem, Valter Lemos, abutere patientia nostra?
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De Pedro Sá a 11.06.2008 às 10:33

Latim é uma língua morta. Aprendam mas é as vivas. Alemão p.ex.
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De Escuta activa a 11.06.2008 às 12:20

Ora, ora, aqui está uma provocação com bastante siso.
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De hajapachorra a 11.06.2008 às 14:27

É isso, os alemães deviam aprender com esta luminária e deixar de estudar latim...
Homero e Virgílio são mais actuais do que o jornal desta manhã, ó papurço!
Já que estamos neste quiosque, siga as recomendações do dono e leia George Steiner, talvez fique a perceber por que é que ingleses, finlandeses, suecos, alemães e austríacos estudam latim, ao contrário de países cultos como o nosso. A Lição dos Mestres está em língua que talvez entenda.
Sabe em que língua Copérnico, Tycho Brahe, Galileu, Kepler, Newton escreveram as suas obras? Nessa língua que só vosselência e outras criaturas lobotomizadas julgam morta.
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De Escuta activa a 11.06.2008 às 15:33

"É isso, os alemães deviam aprender com esta luminária e deixar de estudar latim..."

Isto não está ou bem raciocinado, ou bem exprimido, pode explicar-me? É que apesar da lobotomia, ainda me sobra um pequenino entendimento.

O caro Sr. Pachorra está borrado de razão, como se tivesse mergulhado numa fossa dela, isso concedo, mas por que razão não lobotomizável me parece que com este mel não se apanha abelha alguma? Ou vossa metralhadora Senhoria pretende só despejar o vosso incrível fel, a fealdade da vossa alma, e prescrever Steiner como panaceia de feira?

Tenho uma pergunta incómoda para a sua exótica sapiência, então Copérnico, Tycho Brahe, Galileu, Kepler, Newton não estão bem traduzidos em, exemplo casual, português? É assim tão transcendente que a obra original esteja em latim?
Plim, plim?

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De hajapachorra a 11.06.2008 às 19:48

Exemplo causal?! Para escrever nessa língua de trapos de facto não precisa de latim. E sim, as traduções são de geração espontânea, aparecem por aí. Qual desses cientistas está bem traduzido ''em, exemplo casual, português''? Casual?! Como te percebo, rapaz.
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De Ta-tau no pa-teta a 13.06.2008 às 00:33

Língua de trapos? Ó, infiel, e se fosses copular com quem fala fluentemente latim? Vai e deixa-te copular enquanto tiveres orifícios naturais.
Ó, rapazola, se uma tradução medíocre não serve é porque o texto original não é o tanto superior quanto nos queres vender, or are you on superior drugs? Deus te injecte a pachorra por onde ela fluir melhor, prepara os orifícios naturais, todinhos.
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De hajapachorra a 13.06.2008 às 18:18

Ne sutor ultra crepidam. Não sejas mais grunho do que a natureza permite, pá.
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De Detergente não chega a 13.06.2008 às 19:14

Porquê, ilustre mente? Não aconselhas, pá? Foste mais longe do que pensas que a natureza permite, e não recomendas?
Impressionas, lá isso podes acrescentar ao currículo, impressionas grave e agudamente.
Lamento a minha rudeza, ai se lamento, mas as tuas maneiras não inspiram melhor tratamento. Gostaria mesmo muito de te ter na alta conta em que te tens (canta lá as minhas palavras, aprende com o sapateiro), contribuiria generosamente para a tua necessidade de admiração (afirmação...?).
Para a falta de sexo que te reconheço, penso que há muito que deverias ter recorrido à solução manual. Experimenta, e depois vem cá contar.
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De anónimo a 11.06.2008 às 18:40

Pois saiba que uma óptima base para a aprendizagem do alemão é precisamente o latim.
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De Pedro Sá a 11.06.2008 às 22:16

Latim para aprender alemão ?? Só se fosse por causa das declinações. Mas para isso russo também serve.
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De Pedro Sá a 11.06.2008 às 22:17

Latim para aprender alemão ?? Só se fosse por causa das declinações. Mas para isso russo também serve.
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De anónimo a 13.06.2008 às 15:12

Desconheço o russo.
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De Range-o-Dente a 11.06.2008 às 10:44

"Há espaço para estudo acompanhado, área projecto, educação cívica e outras irrelevâncias mas não há lugar para a aprendizagem de coisas sérias."

Abrir espaço para que haja vácuo: o pináculo das "ciências da educação". Havendo vácuo, estarão criadas as condições para que tudo possa acontecer - dirão eles.

.
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De Daniel Polonia a 11.06.2008 às 22:26

Não sei se isto o torna mais feliz, mas hoje no comboio para Lisboa ao meu lado vinham dois turistas holandeses que traziam um guia de Lisboa e uma tradução holandesa de um seu livro (que palavra de honra, não consegui decifrar o titulo ...)
Assim se distinguem os bárbaros dos civilizados!
Cumprimentos,
Daniel Polónia

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