De Centro Avante a 13.05.2008 às 18:26
Bem, se é de lei que se trata, ali dentro do avião está vigente uma lei que não foi imposta pelo Sócrates, portanto cai a teoria da hipocrisia. Se calhar o problema é da própria mentalidade dos tripulantes, que não tiveram coragem (foram subservientes) para aplicar uma lei que nada tem que ver com o Sócrates (ainda o rapaz andava a tirar o curso quando foi promulgada). Mas já agora: sempre essa insistência no curso que foi mal tirado e etc., não percebo por que razão os srs. jornalistas não dão um pingo de atenção aos textos que estão a ser publicados no Abrupto sob a rubrica "Lockdown". Sabem porquê? Porque isso queima muito mais do que um cigarro.
De certa maneira, a notícia prova apenas uma coisa: que quem legisla, legisla mal. Junte-se a isto algum chico-espertismo provinciano e temos um único aforismo: a hipocrisia higienista é tal que os seus próprios autores chegam a pensar nas soluções mais básicas para o contornar. Quem se lembraria de fumar num avião? Apenas aqueles que realmente pensaram proibir todos os outros que tinham apenas como desejo tomar uma decisão económica, tendente à preservação de uma clientela que sempre foi consciente dos seus vícios e actos sociais.
Nesta triste cena apenas há uma coisa boa - longe, contudo, de ser qualque sinal de esperança: por um infimo momento os aqui infractores (porque a ser verdade a notícia, outra coisa não são), deram-se conta de que ser mais papista que o papa e impor, quais Torquemadas, certos modelos de virtude é algo que acaba sempre por trazer problemas à coerência.
De jfr a 13.05.2008 às 23:13
O seu "hooliganismo tabaqueiro" é superior ao seu "hooliganismo portista"!:)) E, quem lho diz, sou eu, ex-fumador com uma grande quantidade de cinzeiros, em minha casa, para continuarem a ser usados pelos meus amigos.
Confesso que me sinto admirado por esta sua posição. É que é completamente diferente da que tomou, aquando do célebre caso do Casino, protagonizado pelo "Senhor ASAE". Então a falta do 1º Ministro não é muito mais grave? Você, que tanto viaja para o Brasil, não gostaria de puxar umas fumaças no avião? Ou sente-se menor, no cumprimento dos deveres do que o 1º ministro?
De O Atento a 14.05.2008 às 00:20
O FJV, agora que já é 1 burguês instalado, gosta de dar uma de anarquista/reacionário/crítico do "sistema", para disfarçar, de vez em quando... Já temos os Gatos Fedorento, este é um seguidor/discípulo: sugiro o nome Gato Gordo, Barbudo e, uma vez que não o conheço, Etc!
ps. e consegue enganar muitos!
ps2. na próxima legislatura, ainda vai chegar a ministro da cultura, aposto 1 barril... de petróleo (não era o q estavas a pensar, o líquido que começa por c: e sobre o qual fizeste 1 livro)
ps3. este comentário é uma "oferta" pela nítida tentativa de condicionar um jornalista ( e, diz, amigo). Lamentável...
De FJV a 14.05.2008 às 02:41
Agradeço muito os comentários e as referências pessoais que me sensibilizaram; é sempre bom saber o que pensa de nós gente que não nos conhece. Atentemos, finalmente, no assunto. Neste post não está em causa o direito de os passageiros fumarem ou de o primeiro-ministro fumar. Eu não fumo nos aviões, como todos. Mas, que eu saiba, e como fiz algumas viagens oficiais, apenas nos voos com o actual presidente da República não se fuma. Todos os jornalistas que participaram nessas viagens sabem disso.
Já agora, antes de fazer comentários de natureza pessoal, escolham a gramática. Obrigado.
De Ping, e agora o pong a 14.05.2008 às 10:18
E isso legimita o quê?
Por apenas nos voos em que vai o PR não se fumar, já não há motivo para a histeria sobre fumar-se noutros voos com representantes da papapapátria?
E acha então que por todos "vocês" (os jornalistas) estarem a par do assunto e tranquilos por isso, a restante opinião pública ter de o encarar serenamente? Essa cumplicidade fica-lhe muito mal. E muito mal essa indignação por alguém ter furado as redes da confiança, fazendo - oh, blasfémia, tema de capa com tal. Bah, jornalistas, a origem das más espécies.
De Sebastian Melmoth a 14.05.2008 às 11:30
Eu estou com dois dedos de gramática (assim cedo..., ainda circula no organismo), espero que seja da boa e suficiente...
Vamos expor os factos:
- fumou-se (ou fuma-se) num voo oficial;
- um avião português é considerado território nacional;
- o avião é um recinto fechado;
- estão agora a desculpar-se que para os voos fretados há regras especiais;
- nos casinos, a lei do tabaco tem condescendências, ou excepções, ou interpretações, ou tolerâncias, ou regras especiais;
Conclusão: o Estado freta casinos voadores.
Espantoso.
O resto, não.
De Fax Cioso? Oui, c'est moi. a 15.05.2008 às 23:37
Essa da gramática era para mim?
Ó Xixi-cu-cu-esperto-Viegas, esta é a gramática (por vezes, não inteiramente justificada, nem sequer pertinente, mas isto de criar é dificultoso, imagino) que encontro nos teus livros. Se o blog é mais higiénico (maior ironia do Séc. XXI, fui eu, fui eu!) do que a tua ficção, que eu leio, que eu pago para ler (gosto de o pôr neste termo), fico avisado. Mas, como tu, gosto de ter à mão toda a gramática, toda. No entanto, serás sempre um bom escritor, e eu, quando muito, um bom leitor, que já é elogio bastante para mim.
Mas, nestas imundícies da política, alguma ambição te está a cegar. Entre o teu "apenas" a negrito, e tudo o que tenho lido, vai aumentando-se uma distância que não tem a (nem qualquer átomo de) verdade como suporte. Por isso, se por detrás do bom (muito bom) escritor que és, existe um homem honesto, ele não escreveria, ou não deveria escrever as opiniões que escreve, com a falhada autoridade moral que leio.
E é tudo.
À margem destes atritos, Longe de Manaus é bom "pa caralho". É esta a minha gramática... lamento.