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A história prova que o Altíssimo não dorme e tem momentos em que ri bem alto. Um quadro do pintor Lucien Freud (‘Benefits Supervisor Sleeping’, de 1995) retratando uma mulher gorda – literalmente gorda – vai ser vendida este mês durante um leilão na Christie de Nova Iorque numa base de 17 milhões de libras. Nenhum retrato de Carla Bruni, Gisele Bündchen ou Naomi Campbell chega tão alto. Um jornal inglês escolheu mesmo este título: ‘Retrato de mulher obesa é o mais caro do mundo.’ Compreende-se a sugestão, indiciando uma injustiça a reparar pelo pensamento mais elegante e correcto, pela Organização Mundial de Saúde e pela Plataforma contra a obesidade: como é possível valorizar tanto um quadro de “uma mulher obesa”? Mais uns tempos e teríamos várias dessas organizações pressionando Lucien Freud, que está vivo, para não pintar a mulher, Sue Tiller, que também está viva e recebeu 20 libras por dias enquanto posava. Pobres anorécticas, que não merecem esta distinção.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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