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Quia pulvis sum – cinza me cubra:
pó com pó, silêncio com silêncio.
E nenhum jejum me santifique,
nenhuma penitência me redima.
É melhor assim: que os meus despojos gerem
uma erva daninha, um vaga-lume,
e outra parte de mim ande no vento.
Sei os meus deveres, sou pontual e ordeiro.
Tomarei o meu lugar no grande carrossel.
Ninguém me acusará de falta de comparência.
Não será por minha culpa
que a roda perpétua parará.
A.M. Pires Cabral, As Têmporas da Cinza
[Cotovia]
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