1. Parece irremediável: chegados a esta altura, com necessidade de investimentos e de emprego, regressa a «política do betão». O
Expresso de amanhã (edição impressa) explora este assunto e o dado mais relevante parece-me este: «Portugal já é dos países europeus com mais quilómetros de auto-estradas por habitante e por quilómetro quadrado. A região de Lisboa, por exemplo, é mesmo aquela que em todo o velho continente tem maior concentração destas vias rodoviárias.»
Portanto, é preciso fazer alguma coisa. E, se essa coisa não será acabar com as auto-estradas, então só vejo uma hipótese: aeroporto em Alcochete, mais obras da Brisa, mais viadutos e pontes, ou seja, ainda mais betão para baixar as taxas de desemprego e a crise das grandes construtoras. Eu gosto é dos
velhos do Restelo.
2. Ora, as grandes obras públicas, que hão-de deixar a pátria coberta de estaleiros e de empregos por cinco anos, no máximo, também se devem a essa interessante familiaridade entre as empresas de construção e a política. Trabalhemos para o Estado, no sector público ou no sector privado.