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O Vitória de Setúbal ganhou a Taça da Liga; foi uma vitória contra o “destino português”. Recuei no tempo e lembrei-me de Nandinho, o capitão do Vitória de Setúbal em Dezembro de 2005, a assumir “a corrida ao título”. Evidentemente que era um excesso. Ninguém compreendia uma equipa que estava em terceiro lugar, a dois pontos do FC Porto, com salários de quatro meses em atraso. Um jornalista perguntou-lhe então: “Mas sente que têm condições para correr para o título?” Nandinho nem sorriu: “Não. Condições não temos.” A isto chama-se contornar o destino num país em que “as condições” nunca estão reunidas. A carreira do Vitória de Setúbal (o clube com orçamento mais baixo no campeonato português) e a história do trabalho de Carlos Carvalhal e daqueles jogadores deviam reconfortar-nos e servir-nos de lição. Nem tudo se vence com dinheiro e “condições”. Há um brilho de vontade e de desafio nesta vitória do Setúbal. Assim se portasse a pátria, mesmo sem chuteiras. Uma lição.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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