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China.

por FJV, em 19.03.08
Hoje, 19 de Março, a partir das 18.30, vai realizar-se uma vigília diante da embaixada da China. O objectivo é o de chamar a atenção para as “violações sistemáticas dos direitos humanos” – dito assim, não faço mais do que repetir os textos das agências noticiosas, encarando o problema como uma relativa anormalidade. Não é. É uma anormalidade de base, profunda e brutal, que não tem a ver apenas com a repressão e a violência agora usada no Tibete – o historial é enorme, vasto, perde-se na história do império e do comunismo chinês. Dirão que se trata de uma “questão cultural” que deve ser resolvida pelos próprios chineses, o que é de uma hipocrisia insustentável. O capitalismo perdoa aos chineses todas as perversões cometidas, em nome do mercado; alguma esquerda perdoa à China todos os desvios em nome de um realismo incalculável. Os Jogos Olímpicos, até agora, têm sido cenário de grandes cedências e de grandes hipocrisias – mas nenhuma ultrapassa as de Pequim.

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18 comentários

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De André a 23.03.2008 às 02:08

Nenhuma aquisição de território deve ser reconhecida se resultar pelo uso da força. Quanto à força, prefiro não comentar. Mas quanto à aquisição, não o foi. É um facto consensual que o Tibete é da China desde há sete séculos, é dizer, desde sempre. Declarou a sua independência unilaterlamente, o que só teria efeito se fosse reconhecido por algum país. Não o foi. Nem um país reconheceu a independência e só a decadência da China Imperial impediu uma intervenção no território.

Quanto à autodeterminação dos povos, eu concordo e é algo de acordo com as minhas convicções. Por outro lado, os territórios não podem ser fragmentados pois isso vai contra as Constituições dos países respectivos. Se A. João Jardim proclamar a República da Madeira, ela não vai ser, porque tenho tanto direito de estar na Madeira como um madeirense. Somos uma unidade territorial, Portugal, há mais ou menos tanto tempo como o Tibete é da China.

Os meus reparos em relação ao Dalai Lama foram apenas para abrir os olhos de que o que está em causa não é a autodeterminação de nenhum povo: de outra forma haveria vigílias nas embaixadas do Ruanda, da Inglaterra (questão Irlanda do Norte) e em todos os países onde se formam movimentos separatistas. Acredito que o Dalai-Lama, apesar do passado algo vergonhoso que teve a sua dinastia em termos de feudalismo, queira de verdade o Tibete livre. Mas este movimento internacional, ignorando todas as tentativas de autodeterminação dos povos/etnias de África, América latina e mesmo da Europa e altamente concentrado no Tibete , é uma oportunidade única de boicotar os Jogos de Pequim.

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