Para os mais distraídos aqui fica o que já acima respondi a quem possa ter treslido a minha primeira intervenção:
Queria escusar-me a expor alguns factos mais técnicos ou enfadonhos, mas vejo que tresleu muito do que escrevi. Eu nunca disse que se tratava de um ataque a um país soberano; apenas fiz referência, ainda que linear, a uma doutrina que desde há muito foi acolhida no seio das Nações Unidas - a doutrinha Stimpson do não-reconhecimento. Esta doutrina surgiu precisamente por causa da ilegítima anexação da Manchúria, pelas tropas Japonesas, antes da II Guerra Mundial. Um roubo de território à China, já maoísta, que foi tida para muitos como intolerável. A partir daí, de um modo ou de outro, sempre se vem dizendo que em princípio nunca nenhuma aquisição de território pode ser reconhecida se resultar do uso da força. E quer V. Exa queira quer não, o Tibete foi anexado à conta de força e violência.
E quanto ao que mais abaixo se escreve, concordo plenamente. Também a invasão do Iraque acontece ao arrepio desses mesmos princípios e nunca a defendi e contra ela sempre me posicionei. Tenho dito!
De André a 23.03.2008 às 02:08
Nenhuma aquisição de território deve ser reconhecida se resultar pelo uso da força. Quanto à força, prefiro não comentar. Mas quanto à aquisição, não o foi. É um facto consensual que o Tibete é da China desde há sete séculos, é dizer, desde sempre. Declarou a sua independência unilaterlamente, o que só teria efeito se fosse reconhecido por algum país. Não o foi. Nem um país reconheceu a independência e só a decadência da China Imperial impediu uma intervenção no território.
Quanto à autodeterminação dos povos, eu concordo e é algo de acordo com as minhas convicções. Por outro lado, os territórios não podem ser fragmentados pois isso vai contra as Constituições dos países respectivos. Se A. João Jardim proclamar a República da Madeira, ela não vai ser, porque tenho tanto direito de estar na Madeira como um madeirense. Somos uma unidade territorial, Portugal, há mais ou menos tanto tempo como o Tibete é da China.
Os meus reparos em relação ao Dalai Lama foram apenas para abrir os olhos de que o que está em causa não é a autodeterminação de nenhum povo: de outra forma haveria vigílias nas embaixadas do Ruanda, da Inglaterra (questão Irlanda do Norte) e em todos os países onde se formam movimentos separatistas. Acredito que o Dalai-Lama, apesar do passado algo vergonhoso que teve a sua dinastia em termos de feudalismo, queira de verdade o Tibete livre. Mas este movimento internacional, ignorando todas as tentativas de autodeterminação dos povos/etnias de África, América latina e mesmo da Europa e altamente concentrado no Tibete , é uma oportunidade única de boicotar os Jogos de Pequim.
De André a 23.03.2008 às 02:08
Nenhuma aquisição de território deve ser reconhecida se resultar pelo uso da força. Quanto à força, prefiro não comentar. Mas quanto à aquisição, não o foi. É um facto consensual que o Tibete é da China desde há sete séculos, é dizer, desde sempre. Declarou a sua independência unilaterlamente, o que só teria efeito se fosse reconhecido por algum país. Não o foi. Nem um país reconheceu a independência e só a decadência da China Imperial impediu uma intervenção no território.
Quanto à autodeterminação dos povos, eu concordo e é algo de acordo com as minhas convicções. Por outro lado, os territórios não podem ser fragmentados pois isso vai contra as Constituições dos países respectivos. Se A. João Jardim proclamar a República da Madeira, ela não vai ser, porque tenho tanto direito de estar na Madeira como um madeirense. Somos uma unidade territorial, Portugal, há mais ou menos tanto tempo como o Tibete é da China.
Os meus reparos em relação ao Dalai Lama foram apenas para abrir os olhos de que o que está em causa não é a autodeterminação de nenhum povo: de outra forma haveria vigílias nas embaixadas do Ruanda, da Inglaterra (questão Irlanda do Norte) e em todos os países onde se formam movimentos separatistas. Acredito que o Dalai-Lama, apesar do passado algo vergonhoso que teve a sua dinastia em termos de feudalismo, queira de verdade o Tibete livre. Mas este movimento internacional, ignorando todas as tentativas de autodeterminação dos povos/etnias de África, América latina e mesmo da Europa e altamente concentrado no Tibete , é uma oportunidade única de boicotar os Jogos de Pequim.
De André a 23.03.2008 às 02:09
Nenhuma aquisição de território deve ser reconhecida se resultar pelo uso da força. Quanto à força, prefiro não comentar. Mas quanto à aquisição, não o foi. É um facto consensual que o Tibete é da China desde há sete séculos, é dizer, desde sempre. Declarou a sua independência unilaterlamente, o que só teria efeito se fosse reconhecido por algum país. Não o foi. Nem um país reconheceu a independência e só a decadência da China Imperial impediu uma intervenção no território.
Quanto à autodeterminação dos povos, eu concordo e é algo de acordo com as minhas convicções. Por outro lado, os territórios não podem ser fragmentados pois isso vai contra as Constituições dos países respectivos. Se A. João Jardim proclamar a República da Madeira, ela não vai ser, porque tenho tanto direito de estar na Madeira como um madeirense. Somos uma unidade territorial, Portugal, há mais ou menos tanto tempo como o Tibete é da China.
Os meus reparos em relação ao Dalai Lama foram apenas para abrir os olhos de que o que está em causa não é a autodeterminação de nenhum povo: de outra forma haveria vigílias nas embaixadas do Ruanda, da Inglaterra (questão Irlanda do Norte) e em todos os países onde se formam movimentos separatistas. Acredito que o Dalai-Lama, apesar do passado algo vergonhoso que teve a sua dinastia em termos de feudalismo, queira de verdade o Tibete livre. Mas este movimento internacional, ignorando todas as tentativas de autodeterminação dos povos/etnias de África, América latina e mesmo da Europa e altamente concentrado no Tibete , é uma oportunidade única de boicotar os Jogos de Pequim.
E à conta de conveniências de realpolitik que redundam no silêncio internacional quanto à falta de reconhecimento registada, vamos permitindo torturas, julgamentos e confissões sumárias, anulação dos traços fundamentais de uma cultura que, dadas as coisas, tem o azar de possuir raízes religiosas... Enfim... E quanto à força que se escusou de comentar, realmente esquece-se da cobardia e da perfídia do regime comunista que soube minar os recursos defensivos para entrar triunfalmente num Tibete resignado. Se há alguma coisa que aquele povo ensina, na sua paciência budista, é a ser livre na resignação.
Por outro lado, quem não deve não teme. Por isso, por que razão terá a China censurado o Youtube. Temor de a repressão ser conhecida pelo público? Medo de se encontrarem sólidos fundamentos para um boicote que, pela inépcia e falta de diplomacia para resolver a situação, já começa a ser mais que justificado? Até o Presidente do PE, uma Instituição Democrática genuína, longe de qualquer antro como Comités Centrais e Kominterns, fala em boicote como hipótese válida. Tenham paciência... Há repressão e ameaça aos Direitos Humanos no Tibete. Como há no Iraque, em Cuba, no Ruanda e em outros tantos pontos do globo. Continuo a dizer, "o pior cego é aquele que não quer ver".
O André é a favor da auto-determinação dos povos desde que esta não implique a fragmentação do território? Interessante...
Esclareça-me num ponto: o que é ser território chinês? Ter chineses a viver no território? Ter governo chinês? Ser vizinho da China?
Quanto à Madeira, sou completamente a favor da sua independência, especialmente se o Alberto João Jardim nos deixar a todos em paz.
O homem até já se diz Astérix. Nisso temos de concordar que escolheu uma personagem à medida da sua modéstia. Ou não... Ah, mas esqueci-me que os menires são coisa pré-histórica e a Madeira é mais desenvolvida até que o "Cun-t-nente".
De Paulo Oliveira a 24.05.2008 às 00:26
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