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Parece que o PS vai tentar meter-se com os ‘piercings’, proibindo o seu uso, bem como o de tatuagens, por menores de 18 anos. É uma bela tentativa, digo-vos eu, que detesto ‘piercings’ e acho o excesso de tatuagens uma infantilidade grotesca. Mas, se eu fosse interpretar o “bem comum” (‘piercings’ e tatuagens podem ser perigosos e são esteticamente questionáveis) e transformar “todos os princípios” em lei, não havia código civil que bastasse. Isto não assusta os que pensam que a sociedade precisa de regras que nos levem ao paraíso na terra. O mundo andaria “melhor” – estaríamos vigiados e haveria sempre gente para nos obrigar a escolher o caminho da vida saudável. Nas utopias e nas repúblicas utópicas, havia disso: horas de rezar, de trabalhar e de gozar. No papel, esse mundo era quase maravilhoso – mas na “vida real” era uma antecâmara do horror. Curiosamente, não por causa dos “maus” – mas por causa dos “bons”, que se transformaram em déspotas grotescos e tiranos.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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