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Os bons e os maus, como sempre.

por FJV, em 17.03.08

Parece que o PS vai tentar meter-se com os ‘piercings’, proibindo o seu uso, bem como o de tatuagens, por menores de 18 anos. É uma bela tentativa, digo-vos eu, que detesto ‘piercings’ e acho o excesso de tatuagens uma infantilidade grotesca. Mas, se eu fosse interpretar o “bem comum” (‘piercings’ e tatuagens podem ser perigosos e são esteticamente questionáveis) e transformar “todos os princípios” em lei, não havia código civil que bastasse. Isto não assusta os que pensam que a sociedade precisa de regras que nos levem ao paraíso na terra. O mundo andaria “melhor” – estaríamos vigiados e haveria sempre gente para nos obrigar a escolher o caminho da vida saudável. Nas utopias e nas repúblicas utópicas, havia disso: horas de rezar, de trabalhar e de gozar. No papel, esse mundo era quase maravilhoso – mas na “vida real” era uma antecâmara do horror. Curiosamente, não por causa dos “maus” – mas por causa dos “bons”, que se transformaram em déspotas grotescos e tiranos.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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6 comentários

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De Cochise a 17.03.2008 às 20:40

“... Quanto mais um homem prova a sua incapacidade, tanto mais apto se torna para governar o seu pais! O que fará proceder o chefe do estado da maneira seguinte na apreciação dos homens:
O menino Eleutério fica reprovado no seu exame de francês. O poder moderador deita-lhe logo o olho.
O menino Eleutério, continuando a sua bela carreira politica – fica reprovado no seu exame de história. O poder moderador agita-se e acena-lhe com um lenço branco.
O caloiro Eleutério fica reprovado no 1.º ano da faculdade de direito. O poder moderador exulta e quer a todo o transe ter com ele umas falas.
O sr. Eleutério fica reprovado no 5.º ano. O poder moderador não pode conter o júbilo e fá-lo ministro da justiça.
E a opinião aplaude.
De modo que, se um homem pudesse apresentar-se ao chefe de estado com os seguintes documentos:
Espírito de tal modo bronco que nunca pôde aprender a somar;
Estupidez tão espessa que nunca pôde distinguir as letras do ABC;
Reprovações sucessivas em todas as matérias de todos os cursos;
O chefe do estado tomá-lo-ia pela mão, e dir-lhe-ia, sufocado em júbilo:
- Tu Marcellus eris! Tu serás presidente do conselho!”

Eça de Queiroz – As Farpas (Junho de 1871)

Aconselho o resto do texto. Vão ver a sua actualidade.
E o menino Eleutério não vos lembra ninguém?

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De Cochise a 17.03.2008 às 20:42

Antes que apareçam os correctores. Sim, já vi que falta um acento em país
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De Portocarrera a 19.03.2008 às 23:24

vêde isto, ó gente do meu país: http://www.youtube.com/watch?v=EhLTvLCP8xw
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De KLATUU o embuçado a 18.03.2008 às 01:07

E está no seu direito - que ninguém pensaria em tirar-lho. Mas há quem goste de piercings e tatuagens. E há quem queira voltar ao extermínio dos judeus.

A última é política e moral e, uma vez que contra o que de mais elementar há no direito à vida e racista, é condenável.

A primeira é da ordem dos costumes... e o critério de saúde pública é absurdo, senão ridículo e anedótico!
Viver é das coisas que mais mal faz à saúde - principalmente num país governado por idiotas anacrónicos.

Abraço.
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De Ana Cristina Leonardo a 18.03.2008 às 03:14

reproduzo o comentário deixado na Patelaria, a propósito de post semelhante, pelo araras & avestruzes
Eu cá acho que os piercings - na língua - têm mais a ver com o caldo-verde. Agora falta legislar sobre os sapatos apertados (por causa do joanete), os saltos altos (por causa da coluna), os feios, os gordos, etc. etc.
Se chegam aos estúpidos ficamos sem governo...

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De KLATUU o embuçado a 19.03.2008 às 05:26

Aqui só para nós - que ninguém nos ouve, LOL! - você acredita que hackeram o meu post sobre os piercings, bloqueando o aparecimento das imagens??

Tive que perder meia hora a resolver a coisa... :)

Adoro piratas socialistas!!

Abraço!
P. S. Você, por vezes, não sente nojo de pertencer a uma geração que poderia ter erguido uma sociedade justa num país democrático?

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