por FJV, em 05.03.08
O resultado é este: depois de uma primeira parte tristonha, uma série de bolas mal chutadas. Não há solução nestes casos. Podíamos falar sobre a grandeza do futebol e sobre os últimos sete metros do campo, que são os mais escorregadios; mas seria conversa sobre conversa. Há equipas que parecem predestinadas a perder, como os cantores de mariachis que falam sobre a morte e a perdição. Mas não é o caso. O cantor de mariachi tem uma energia superlativa para cantar a desolação; é disso que ele fala, mas remata com decisão e afinco. Ignora os sete metros finais, porque sabe que a sua vida deixou de estar em jogo – a partir daquele limite, nada o prende, nada o impede de ser herói. E vai à luta. Os jogadores do FC Porto esqueceram a lição, ou ninguém a ensinou a tempo. Para o ano lá estaremos, de certeza.
Autoria e outros dados (tags, etc)
14 comentários
De Redonda e gordinha bola a 06.03.2008 às 13:02
Quando os jogos se esticam assim por prolongamentos e grandes penalidades, deixa de ter interesse quem ganha. O FCP poderia ter falhado todas as penalidades, e os alemães poderiam ter levado um cabaz de golos desses, mas seria sempre uma margem mínima. Uma margem mínima de mérito. Enfim, o Francisco afirma amiúde que bola na trave é bola mal chutada; as oportunidades de golo falhadas foram bolas mal chutadas, jogadas mal feitas, não adianta estar ainda pendente de um "se" e de um "quase" já pretéritos e inconsequentes.
Perdeu mal?, perdeu bem? É indiferente; não teve raça para ganhar mal, ou ganhar bem. Como alguém disse aí em cima, agora aparece um bico papão tipo Liverpool e... enfim, sodomia futebolística, os alemães até deixam cocó nas fraldas.
Quanto a mim, o Jesualdo não tem ambição suficiente, instinto matador; poderia ter uma impressionante máquina de ganhar, e não uma equipa vistosa com problemas de consistência.
Eu acredito que os treinadores que ganham os grandes duelos têm de ser gente um pouco enlouquecida e com um tremendo tesão.