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A estação de serviço onde ontem à tarde meti gasolina tinha sido palco de tiroteio durante a noite. Um fulano vai tomar café e leva um tiro. Há tiroteios a mais, começa a haver homicídios a mais? Nisto, como em outras coisas, Portugal não tem estatísticas que no minuto seguinte não se desmintam – basta seguir a novela dos “números do crime”. Começam a ser preocupantes, mas as autoridades pensam que ficamos mais descansados quando relativizam a sua frieza. Ou não estavam incluídos os de ‘carjacking’, ou porque a PJ mudou de carrossel, ou porque a “pequena criminalidade” era da PSP – há sempre um grão de areia a atraiçoar a estatística. Mesmo assim, de cada vez que uma onda de crimes sobe à primeira página dos jornais, aparece alguém a pedir “acção firme” ou uma “audição parlamentar”. Ou alguém a dizer que “isto é pior do que o Brasil”. A ideia de que Portugal era um paraíso com melros a cantar nas oliveiras já se foi. Resta pouco desse retrato. Tenham cuidado.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
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