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Tenham cuidado.

por FJV, em 03.03.08

A estação de serviço onde ontem à tarde meti gasolina tinha sido palco de tiroteio durante a noite. Um fulano vai tomar café e leva um tiro. Há tiroteios a mais, começa a haver homicídios a mais? Nisto, como em outras coisas, Portugal não tem estatísticas que no minuto seguinte não se desmintam – basta seguir a novela dos “números do crime”. Começam a ser preocupantes, mas as autoridades pensam que ficamos mais descansados quando relativizam a sua frieza. Ou não estavam incluídos os de ‘carjacking’, ou porque a PJ mudou de carrossel, ou porque a “pequena criminalidade” era da PSP – há sempre um grão de areia a atraiçoar a estatística. Mesmo assim, de cada vez que uma onda de crimes sobe à primeira página dos jornais, aparece alguém a pedir “acção firme” ou uma “audição parlamentar”. Ou alguém a dizer que “isto é pior do que o Brasil”. A ideia de que Portugal era um paraíso com melros a cantar nas oliveiras já se foi. Resta pouco desse retrato. Tenham cuidado.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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5 comentários

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De nuno ferreira a 03.03.2008 às 23:49

Um estudo apresentava Portugal, há pouco tempo, como o nono país mais seguro do mundo. O Público publicou.
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De Zé da Burra o Alentejano a 04.03.2008 às 09:38

Os cidadãos portugueses já não acreditam na eficácia da queixa policial , que já só acontece em casos extremos.

A criminalidade deveria baixar assim artificialmente, na medida que as vítimas já nem se queixam, porque sabem que de nada serve. Mesmo quando o criminoso é apanhado é rapidamente posto em liberdade, ficando vítimas e testemunhas sujeitas a represálias por parte do criminoso.

Eis como se baixa a criminalidade. Só que apesar deste artifício estatístico, os número da criminalidade em Portugal não baixam e isto demonstra bem a gravidade da situação.
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De rms a 04.03.2008 às 00:17

aguardemos por dia 15 de Abril, quando é divulgado o RASI de 2007.

E depois, analisemos se os critérios de análise da criminalidade se mantiveram os mesmos; as áreas onde incidiram os crimes; e se a criminalidade organizada diminuiu, como se diz; e se a criminalidade vlolenta se transferiu, ou não, das zonas rurais, onde existiam, essencialmente, crimes passionais e ajustes de contas entre vizinhos, para as áreas urbanas, onde se mata para roubar e intimidar.

aguardemos
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De jccatarino a 04.03.2008 às 15:42

Concordo com tudo, excepto com os melros a cantar nas oliveiras. Deve ser confusão com os tordos.
JCC
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De Isabela a 04.03.2008 às 21:50

Ainda ninguém se lembrou de um pormenor: o último fim-de-semana correspondeu ao final do mês, dinheiro fresco para bebidas, loucura, etc. Isto parece que não tem importância, mas tem muita. Não gosto de sair nestes fins-de-semana.

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