Inês Pedrosa na Casa Fernando Pessoa? A propósito de quê? Por alma de quem? Por que motivo estes cargos públicos continuam a ser ocupados por pessoas sem curriculum que não seja o de colunistas de jornais e autores de dois ou três livros de qualidade variável, mas bem promovidos pelos membros do seu clube? É que se o argumento é qualidade literária, há autores muito melhores do que esta - mas menos bem relacionados no mundo dos promotores literários. Se o argumento é capacidade de trabalho e dinamização de um espaço deste tipo, conhecemos todos muitos que serão mais eficientes. Se a aposta foi na continuidade, como se diz num jornal, ainda é tudo menos compreensível. Porque se sugere que houve indicação de nome, sem mais. E assim continua o despudorado proteccionismo dos que fazem carreira literária à custa dos pasquins. Seria interessante que a Casa Fernando Pessoa deixasse de ser o grémio dos amigos escolhidos a dedo (que passam por lá quando não estão a ganhar dinheiro noutro lado) e passasse a ser um espaço de encontro para os que, de facto, estudaram, estudam e promovem Pessoa. Quando é que este país cria finalmente pudor na distribuição de cargos públicos?