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Do «Blog».

por FJV, em 03.02.08
O português de antigamente era poupado, juntava moedas, sabia de economia doméstica, passajava as meias e sabia o que eram meias-solas. O mundo mudou radicalmente mas sobreviveram os certificados de aforro, uma instituição conservadora feita à medida de portugueses conservadores e timoratos, que desconfiavam da Bolsa e dos fundos especiais negociados pelos bancos. O mundo flutuava; os certificados eram sólidos. Não é preciso perceber de economia e Finanças para detectar a marosca, que vinha na primeira página do CM de ontem: “Governo tira 144 milhões a aforradores”. Foi-lhes ao bolso, como costuma? Não. Foi aos certificados, uma coisa fácil de subscrever e um incentivo à poupança efectiva – para o dia de amanhã, para os anos de intempérie. Baixou 0,8% os juros e ficou com 144 milhões para combater o défice e financiar os seus gastos. A Banca e o Governo agradecem em conjunto, desafiando o espírito comezinho dos portugueses que conheciam a palavra “poupança”.
[Da coluna do Correio da Manhã.]

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