O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, criticou ontem à noite numa conferência na Figueira da Foz aqueles que denunciam casos de corrupção no país sem apontarem nomes
O Bastonário já explicou que não é bufo nem da polícia
Vivemos no país do "diz que disse". Onde meia nação acusa a outra metade. Onde há metade acusada mas sem ser responsabilizada. É o país do "parece-me que, mas...". Um páis faz de conta.
Miguel, se me permite apenas uma adenda: isto é pior do que fazer de conta. A expressão "parece-me que..." ainda vai sendo (pobre reduto) o único modo de não ser apanhado em mais uma Kristalnacht. Parece-me a mim!...
É feio, Franciso, muito feio mesmo. Deplorável mesmo! De resto, invocar o "interesse nacional" para calar quem ainda se preocupa em dar a cara, em querer mudar (e mudar para melhor) o que está mal, começa a cansar-me. E fico cansado porque, muito provavelmente, o autismo doloso que nos querem incutir - ter consciência dele - já nem me faz querer gritar.
Foi sempre assim: "a bem da Nação", "interesse nacional", "unidade nacional"... Credo! Será que nós não gostamos mesmo de nos governar a nós próprios? Será que não gostamos mesmo de escolher, de saber que temos o poder para mudar as coisas? É que se tivéssemos verdadeiro amor a esse poder puro que é a democracia, algo me diz que muitas cadeiras haviam de ficar vazias de personagens tão perniciosamente patetas - quais? Não digo! Também não sou bufo e muito menos polícia. Pero, que los hay, hay!