O primeiro-ministro tem razões para
estar irritado, mas não tem toda a razão. Se houve atitudes da ASAE que nem contadas, há críticas à ASAE que também não relevam do mínimo bom-senso. A culpa até pode ser de quem começou e abriu o caminho, como sempre; mas alguém tinha de o fazer, mesmo que depois se aproveitasse a boleia. A verdade é que a actividade da ASAE é
desejável e fundamental, no sentido em que é (entre outras coisas) uma
agência de segurança alimentar. A ASAE levou o que levou porque tratou o país como coisa sua, a coberto da lei. Provas? Várias. A linguagem, o tom, a
fábrica de foras-da-lei. Por exemplo, quando o inspector-geral diz que quem não concorda com «isto» sempre «pode emigrar». É bom que regresse o bom-senso. O primeiro-ministro está irritado, mas é a vida. Que ralhasse primeiro.