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Maria da Fonte.

por FJV, em 26.01.08
Tomás Vasques recordou há dias no seu blog a Maria da Fonte a propósito do ministro Correia de Campos e das reformas na saúde. Tem razão. Por mais que o ministro tente explicar como as populações vão ficar melhor servidas depois do encerramento de unidades de saúde, elas teimam não entender, o que dá bem uma ideia do grau de incivilidade e de má-fé das populações de Favaios, Alijó, Chaves, etc. Não menciono Anadia por respeito e sensatez. A Maria da Fonte foi explicada durante anos, pela historiografia vitoriosa, como um movimento reaccionário que impedia os enterros nas igrejas. O cabralismo e os Cabrais eram apenas faróis de civilização que as mulheres do Minho não entenderam.
Periodicamente, o fantasma da Maria da Fonte é agitado como um padrão inaceitável de revolta nos tempos modernos, em que tudo se dirime sem recorrer aos pobres rurais, que não dão votos nem contribuem para o combate ao défice; mas são mais numerosos os Cabrais e o seu sorriso final. Aquele sorrisinho.

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2 comentários

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De Paulo a 27.01.2008 às 00:08

Entendam a necessidade da linguagem explícita: hoje o Correia de Campos enrabou a Conceição Lino nas notícias da SIC. Conceição Lino ainda resistiu (doeu um pouco), mas o ministro manteve o vigor, e sorriu pouco.
Entendo algumas irritações, são opiniões, é a coisa política que é coisa também pública, e o FJV até relembra muito bem que são abundamente gratuitas. O jornalismo cretino precisa de ser repreendido e corrigido, gostava de ver o FJV animar-se mais por esta missão. Não o prescrevo, nem recomendo, basta reler, é apenas um desejo meu.
Até acredito na competência da senhora (que me desperta outras apetências, que não o acto figurado com que inicio o texto...), agora, despois de levar com uma resposta deste género "se estivesse convenientemente informada não estaria a fazer essa pergunta" (ou algo assim), em directo e a cores, havendo vergonha, a senhora deveria fazer um luto intelectual de umas boas e belas semanas. E a oposição que se aproveitou dos incidentes (sim incidentes, e não acidentes, não tenha essa doença frágil do humanismo) médicos para um progonismo pateta... enfim, para esses é um luto com um fim a perder de vista.
Custa-me ver um ministro ter de vir a público defender-se da cretinice, alimentar a ténia insaciável da opinião pública. Que detestável conceito... opinião pública... quando não a há individualmente, fermenta-se um lugar comum administrado pelo pastor que fale mais alto e tenha os olhos mais bonitos.

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